O surgimento da pandemia veio causar impacto no Ensino Superior, mudando totalmente a realidade com que podemos viver esta etapa atualmente.
Mais um ano letivo começou e a incerteza predomina neste. O Ensino Superior sempre foi um novo rumo, que nos dava experiências novas, contactos sociais, novas aprendizagens e uma autonomia da qual, enquanto jovens, ansiamos. Hoje, apesar de compreensível dada a situação atual, deparamo-nos a sobreviver a uma jornada que de nada se identifica com a experiência que sonhamos.
Muitas foram as medidas tomadas pelas Universidades para evitar a propagação deste vírus, desde a redução da lotação das salas, os cuidados com a ventilação e limpeza, as medidas de higiene, até ao controlo da circulação dentro do estabelecimento. Porém, tudo isto, apesar de ser extremamente necessário, de nada vem a beneficiar a nossa aprendizagem.
Estamos presos a um ensino que de ensino pouco nos fornece. As componentes práticas são cada vez mais escassas e as aulas são lecionadas com dificuldade. É difícil a compreensão com máscaras, assim como a interação entre as pessoas. E, para cursos que estudam a comunicação ou que estão sujeitos a ensinos mais práticos, a situação complica-se, por mais esforço que haja por parte do docente e do aluno.
Para complementar isto, ainda temos a possibilidade de um ensino online, quer seja por surgimento de casos positivos à Covid-19 nos cursos, por docentes de risco ou por decisão do Governo, tornando-se assim uma realidade bastante frustrante. Se presencial a comunicação e interação é difícil, online torna-se nula.
Contudo, é essencial destacar que, dentro dos possíveis, as universidades têm tentado cumprir as regras implementadas pela DGS, e é de louvar o esforço feito por alguns docentes para que mesmo com impossibilidades, os alunos consigam reter o máximo de aprendizagem possível.
Para além disto, é importante realçar que uma das razões pelas quais escolhemos entrar neste novo mundo, não é só a aprendizagem, mas também a experiência do que é o Ensino Superior. A Universidade é associada pelos estudantes a uma escola da vida. A adquirição de valores, de autonomia, do que realmente significa a vida, e a responsabilidade que esta carrega, são exemplos do que o estudante vive ao entrar neste ciclo.
Os convívios, as saídas, os encontros nos cafés de curso, a queima, a latada e as diversas formas de integração, como é o caso da praxe, é algo que sempre caracterizou esta etapa, e atualmente nada disto é possível.
Este vírus chegou e mudou totalmente as nossas vidas e, enquanto continuar à solta, dificilmente algo maior pode ser feito para mudar esta realidade com que o Ensino Superior se depara.
Enquanto estudantes, resta-nos contribuir e respeitar as medidas implementadas, de forma a evitar a propagação e quem sabe no próximo ano letivo, já estaremos a aproveitar tudo o que o Ensino Superior nos oferece.
Catarina Fernandes