A manifestação decorreu junto da câmara municipal como forma de protesto pela falta de apoio do estado a diversos setores afetados pela pandemia
Dezenas de comerciantes manifestaram-se ontem, por volta das 16 horas, junto da câmara municipal de Vila Real. A manifestação foi organizada pelo movimento “A Pão e Água”, contou com a presença dos representantes de vários setores económicos da região, bem como o presidente da câmara, como forma de protesto devido à falta de apoio por parte do estado ao setor.
“Vimos pedir para trabalhar”, começou por dizer o organizador do movimento, no seu discurso em frente aos protestantes, que anda há 8 meses a protestar para conseguir sustentar a sua família. Afirma ainda que o grande problema que enfrentam é o governo, que apenas lhes dá “migalhas” como sustento.
Albano Cunha, empresário da área da restauração, leu um manifesto redigido por vários representantes do movimento, em que pedem ao governo que sejam tomadas várias medidas como a atribuição de apoios imediatos aos bares e discotecas, ao setor de eventos, restauração e comércio, a isenção da Taxa Social Única, a redução no pagamento das rendas e do IVA, entre outras.
A manifestação, apartidária, quer que Lisboa saiba que Vila Real também está presente na “luta”, e que a região também contribui para a economia nacional. “Exigem respeito”, salienta Jorge ao microfone. “As migalhas foram uma mentira que não dão sustento. Têm de nos deixar trabalhar!”, acrescenta o empresário.
Ao som do tema “Grândola, Vila Morena”, de Zeca Afonso, os manifestantes gritavam: “Queremos trabalhar, temos contas para pagar!”. Este momento foi seguido do discurso do presidente da câmara de Vila Real, Rui Santos, relembrando que esta é a maior crise da vida deles e que não afeta todos por igual. O governo é que tem de direcionar os recursos para os serviços necessitados, e que é preciso pressionar a Assembleia da República, o governo, o Presidente da República e até o presidente da câmara. É de referir que a câmara municipal deu muitos apoios e conseguiu ajudar muitas famílias afetadas pela pandemia. “Contem comigo para lutar convosco! Vocês são o nosso orgulho!”, acrescentou.
Perto do fim dos discursos, o representante de Chaves afirmou: “Eu não quero que o estado me dê o lucro que eu teria. Só quero que se ele não me deixar trabalhar, me pague as despesas”.
O movimento “A Pão e Água”, que já se manifestou na cidade do Porto e Lisboa, enviou um manifesto ao governo. Se não tiverem uma resposta até a próxima quinta feira, irá decorrer uma manifestação a nível nacional, em Lisboa, no dia 25 de novembro.
Marcos Vilaça
Fotografias: Francisca Rocha