Expresso Político – Semana 24-30 de novembro

Expresso Político – Semana 24-30 de novembro

Na última semana Portugal viveu a aprovação do Orçamento do Estado para 2026, debates sobre habitação, investimentos nas Forças Armadas e renovação partidária. Acompanhem-nos no expresso político desta semana. 

A aprovação do Orçamento do Estado para 2026, revelou negociações intensas e debates entre a coligação do governo e a oposição, com intervenções sobre prioridades, estratégias e compromissos políticos. A votação final confirmou a aprovação do orçamento, mas deixou claro que o Parlamento continua a ser um espaço de disputa.  

Questões estruturais como a habitação continuam a aparecer na agenda política. A Comissão Europeia alertou para os encargos excessivos que muitos portugueses enfrentam, sublinhando que a escalada dos preços pode agravar desigualdades sociais e exigir medidas de apoio consistentes. Este tema evidencia a necessidade de políticas públicas mais inclusivas, capazes de equilibrar desenvolvimento económico e justiça social. 

Outro ponto de destaque nacional foi o anúncio de um investimento significativo nas Forças Armadas portuguesas, com um plano de 5,8 mil milhões de euros destinado a reforçar a defesa e a segurança do país. Este investimento reflete não só preocupações estratégicas, mas também o posicionamento de Portugal num contexto europeu mais instável e a necessidade de modernizar estruturas fundamentais do Estado. 

O Parlamento assinalou os 50 anos do 25 de Novembro de 1975, um momento que voltou a gerar debate. Enquanto alguns partidos de esquerda recusaram participar, outros destacaram a importância de refletir sobre o papel histórico desta data e os valores democráticos que moldaram o país. Esta sessão evidenciou, mais uma vez, como a memória histórica continua a influenciar o discurso político atual. 

A XIV Convenção Nacional do Bloco de Esquerda assumiu especial relevância. A eleição de José Manuel Pureza como coordenador representou um esforço de renovação interna, com foco no diálogo, na mobilização das bases e na definição de estratégias que permitam recuperar influência política. O Bloco procura, assim, reforçar a sua presença e capacidade de intervenção. 

No plano internacional, a crise política na Guiné-Bissau chamou a atenção de Portugal, que pediu o fim da violência e a retoma do processo eleitoral. Este episódio sublinha a responsabilidade do país na promoção da estabilidade democrática na sua antiga colónia e reforça a importância de mecanismos de mediação e cooperação internacional. 

Finalmente, em Espanha, a situação política continua tensa, com a prisão preventiva de figuras próximas do primeiro-ministro Pedro Sánchez. Este caso, ligado a alegações de corrupção em contratos públicos e acentua a fragilidade do governo espanhol. 

Beatriz Peixoto