A Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro recebeu esta segunda-feira, por volta das 18:00, o candidato presidencial António José Seguro, num encontro que juntou estudantes, dirigentes académicos e representantes locais da candidatura. O objetivo foi simples, mas essencial: aproximar os jovens da política e promover o diálogo sobre o futuro do país.
A sessão contou com a presença da Doutora Teresa Albuquerque, mandatária da candidatura de Seguro por Vila Real, e do presidente da Associação Académica da UTAD, Fernando Gonçalves. Na primeira intervenção da noite, Teresa Albuquerque elogiou António José Seguro, afirmando acreditar na sua candidatura e destacando que o candidato “tem o perfil certo para ser Presidente da República”.
Visivelmente à vontade, António José Seguro começou por agradecer a todos pela receção e dirigiu-se com simpatia à mandatária “A doutora Teresa Albuquerque é uma mulher exigente. É alguém que não vem do mundo da política, mas percebe que este é o momento e a hora para agir.”
Em seguida, durante a conversa com os estudantes, Seguro falou de futuro, de justiça e de esperança. Defendeu que Portugal precisa de ser um país justo e de excelência, capaz de gerar riqueza através do conhecimento e da tecnologia. “Não consigo olhar para uma sociedade que se entregue ao mercado, mas também não concordo que o Estado resolva tudo. É preciso equilíbrio”, afirmou, definindo-se como socialista democrata, apoiante de uma esquerda moderada e de progresso.
O candidato mostrou-se preocupado com as dificuldades que marcam a vida da geração mais jovem: a habitação, o emprego e a necessidade de emigrar. “A habitação precisa de uma resposta imediata”, defendeu, acrescentando que é urgente “resolver a longo prazo as questões demográficas”. Falou também da importância de reduzir a dependência da Europa face a outras potências, como os Estados Unidos da América, e de promover o acesso e facilidade dos portugueses à área da saúde.
Com um discurso de proximidade, Seguro afirma: “não quero ser apenas um árbitro, quero ser um inspirador que ajuda a resolver os problemas do país”. Prometeu uma presidência aberta e próxima das pessoas, capaz de ouvir, dialogar e devolver confiança aos portugueses.
Aberto então o espaço das questões, os estudantes puderam interagir e tirar dúvidas com o candidato, que sublinhou o papel fundamental dos jovens na vida democrática: “A democracia ganhará se os jovens se envolverem mais. Há mais pessoas a decidir um futuro onde não vão viver”, alertou, incentivando a participação política e o voto da juventude.
Sobre a imigração, António José Seguro defendeu que o tema deve ser debatido “com base nos factos e na evidência”. Recordou que Portugal precisa de mão de obra, mas deve equilibrar as necessidades do mercado com a sustentabilidade dos serviços públicos. “As coisas importantes nem sempre são interessantes, e as coisas interessantes nem sempre são importantes”, disse, deixando uma reflexão sobre o modo como o país encara os grandes desafios.
Questionado pela equipa de “O Torgador” relativamente aos desafios do sistema educativo para a preparação dos jovens relativamente ao futuro, defendeu uma escola mais prática, criativa e próxima da realidade dos alunos. “Ninguém deve sair do secundário sem saber ler, escrever, falar em público. Se prepararmos melhor os jovens, o futuro será mais fácil”, afirmou, propondo um ensino mais dinâmico alargando as bases dos estudantes e adaptado a cada área.
Caso seja o vencedor, foi confrontado com a hipótese de André Ventura ser primeiro ministro, Seguro respondeu com serenidade: “Sou um democrata, e o povo é quem mais ordena. Claro que daria posse, mas com vigilância e garantias de que o governo é constitucional.”
Antes de se despedir, deixou uma mensagem clara aos estudantes: “Gostei muito deste encontro. Provavelmente ainda nos voltaremos a ver. Envolvam-se, votem, participem. Tento dar o meu melhor, agora e sobretudo nos próximos cinco anos. Quero fazer este contrato com os jovens.”
Foi deste modo que terminou a primeira sessão de “Conversas Presidenciais” com António José Seguro, aguardamos ansiosamente pelas restantes sessões.
Íris Almeida