O debate organizado pela Associação Académica da UTAD reuniu na Aula Magna representantes e cabeças de lista por Vila Real da AD, PS, Chega, Iniciativa Liberal, Livre, Bloco de Esquerda e PCP. Dos partidos com assento parlamentar, apenas o PAN esteve ausente.

Moderado por Miguel Cabral, jornalista da TVI/CNN, o debate iniciou-se com um dos temas mais debatidos na universidade nos últimos anos: a criação do curso de Medicina na UTAD. A resposta foi unânime, com todos os partidos a manifestarem apoio e a destacarem os benefícios que o curso poderá trazer, não só para Vila Real, mas para toda a região.
O debate aqueceu com a introdução do tema da habitação. Fieis às diretrizes nacionais, os representantes enumeraram as propostas dos respetivos programas eleitorais. A criação de tetos para as rendas, o aumento de camas para estudantes universitários, a especulação imobiliária e o arrendamento acessível foram os pontos mais discutidos.
Com vários partidos a associarem a habitação à mobilidade, a discussão seguiu nesse sentido e começou com trocas de acusações entre Chega e PS sobre o fim das Scut. Ambos reivindicaram os méritos dessa medida. Seguiu-se o tema da ferrovia, com PCP, Chega e PS a defenderem a sua implementação como prioridade para a região.

Retomando assuntos relacionados com a criação do curso de Medicina, abordou-se a saúde na região, apontada por todos os partidos como o maior problema atual. Apesar do consenso quanto à gravidade da situação, as propostas divergem significativamente. Os partidos à esquerda defenderam o reforço do Serviço Nacional de Saúde, com melhoria das condições nos hospitais públicos, aumento de recursos humanos e valorização profissional. Por sua vez, a AD afirmou que, nos últimos 11 meses, os profissionais de saúde foram valorizados. Já a Iniciativa Liberal defendeu que o importante é melhorar os serviços de saúde, sejam públicos ou privados.
No final, houve espaço para perguntas do público. A primeira, dirigida à Iniciativa Liberal, incidiu sobre a exploração de lítio no Barroso. A cabeça de lista por Vila Real assumiu ser contra a expropriação, defendendo que a exploração só deve avançar com o apoio da população. Os restantes partidos optaram por não responder.

Houve ainda tempo para um jovem questionar o facto de a cabeça de lista da AD não ser natural do distrito. O representante da coligação respondeu prontamente, afirmando que é uma honra tê-la como candidata e que a ex-ministra da Saúde está a gostar de conhecer Vila Real.
O debate oscilou entre momentos mornos, marcados pela exposição de medidas que arrefeceram o ambiente na sala, e episódios de maior tensão, sobretudo entre Chega, AD e PS.
Texto: Gonçalo Pereira