Esta semana, que terminou a 28 de dezembro, foi cheia de acontecimentos políticos, dentro e fora do país, com debates sobre eleições, mensagens de Natal com recados importantes, questões económicas e também guerras e tensões internacionais que continuam a marcar o mundo. Foi uma semana de decisões, de discursos fortes e de muitos sinais sobre o que pode vir aí.
Em Portugal, a mensagem de Natal do primeiro-ministro, Luís Montenegro, ganhou destaque. Ele acredita que o País está num “momento histórico”, disse que Portugal está a crescer, que há rendimentos a subir e reconhecimento internacional, mas insistiu muito numa ideia central: é preciso mudar a mentalidade, deixar o “deixar andar”, apostar numa atitude de superação, quase como no exemplo de Cristiano Ronaldo, trabalhar, cair, levantar, e querer sempre mais. Falou de salários mais altos, impostos mais baixos, produtividade, coragem para reformar, e de como nada aparece do nada, é preciso esforço coletivo.
Ainda no plano nacional, avançou o processo das eleições presidenciais. De 14 candidaturas entregues, três ficaram pelo caminho, por falta de assinaturas e problemas formais, e ficaram confirmados 11 candidatos no boletim de voto, o número mais alto de sempre. Isto mostra um cenário político muito diverso, com muitas vozes e projetos diferentes para o cargo de Presidente da República, e aumenta também a responsabilidade dos eleitores numa escolha que pesa no futuro do país.
A decisão do Tribunal Local Cível de Lisboa determinou a retirada dos cartazes da campanha presidencial de André Ventura dirigidos à comunidade cigana, estipulando multas em caso de incumprimento e a proibição de cartazes de teor semelhante. O candidato anunciou que irá recorrer, argumentando que a decisão coloca em causa a liberdade de expressão e de ação política e defendendo que a retirada imediata interfere no decorrer da campanha eleitoral. A controvérsia reacendeu o debate sobre os limites entre liberdade de expressão, discurso político e discriminação.
Também foi notícia o regresso dos incentivos aos veículos elétricos e à mobilidade sustentável, abrangendo carros, motos, bicicletas e carregadores, com limites de preço e exigência de abate de viaturas antigas no caso dos carros. Os apoios, válidos desde 1 de janeiro de 2025, visam reduzir emissões, renovar a frota e acelerar a transição verde.
Passando agora para o plano internacional, a guerra na Ucrânia voltou ao centro das atenções. Zelensky deslocou-se à Florida para se encontrar com Donald Trump, depois de novos ataques russos com drones e mísseis contra Kiev, que lembraram, de forma dura, que a guerra continua apesar das conversas de paz. O plano de paz, que começou com 28 pontos e agora está reduzido a cerca de 20, é dito estar quase fechado, mas o que falta é o mais complicado: territórios ocupados, Donbas, a central nuclear de Zaporizhzhia, e garantias de segurança para que a história não se repita. Trump quer mostrar que só avança se vir hipótese real de acordo, enquanto Putin continua a pressionar militarmente e a dizer que cumpre os seus objetivos “por meios militares” se for preciso.
Outro tema internacional marcante foi a polémica com a Gronelândia. Um enviado dos EUA defendeu que a ilha devia integrar os Estados Unidos, e a Dinamarca reagiu de imediato, chamou o embaixador americano e considerou as declarações inaceitáveis, lembrando que o futuro da Gronelândia pertence aos gronelandeses, e não é algo que se “anexe” assim. Este caso mostra como o Ártico está cada vez mais no centro da disputa estratégica, por causa da posição geográfica e dos recursos.
Na América Latina, a Venezuela voltou à ribalta, com o presidente Nicolás Maduro a acusar os Estados Unidos de esconderem os seus verdadeiros interesses, dizendo que o foco não é apenas política, mas também petróleo e outros recursos estratégicos, mantendo um clima de tensão entre os dois países.
Beatriz Peixoto