No dia 1 de outubro de 2025, Mariana Mortágua, Sofia Aparício e Miguel Duarte foram detidos pelas forças israelitas após a interceção, em alto-mar, da Flotilha Global Sumud, que transportava ajuda humanitária com destino a Gaza.
Antes da partida, Mariana Mortágua, que suspendera o mandato parlamentar para integrar a missão, deixou uma mensagem gravada a alertar que, caso viesse a ser transmitida, significaria que o navio tinha sido “intercetado ou atacado” e que poderia estar a ser levada contra a sua vontade. No momento da operação militar, foi ainda transmitida a ordem para que os ativistas lançassem os telemóveis ao mar.
O governo português confirmou de imediato estar em contacto com as autoridades israelitas e garantiu que os detidos receberão apoio consular através da embaixada em Telavive. Já a Presidência da República assegurou que serão criadas as condições necessárias para o regresso dos ativistas a Portugal, sublinhando a exigência de que todos os cidadãos portugueses envolvidos sejam tratados “com dignidade e sem violência”.
A ação israelita, conduzida fora de águas territoriais, levanta questões de legalidade internacional, em particular quanto ao bloqueio naval imposto a Gaza. O incidente reacende ainda a discussão sobre a proteção de ativistas em missões humanitárias e sobre a responsabilidade dos Estados perante crises de dimensão global.
Beatriz Peixoto