José Luís Carneiro foi eleito secretário-geral do Partido Socialista no dia 28 de junho de 2025, sucedendo a Pedro Nuno Santos na liderança de um PS fragilizado, após ter ficado em terceiro lugar nas eleições legislativas de maio. Com uma votação expressiva e sem oposição interna, Carneiro propôs um novo ciclo político centrado na moderação, responsabilidade orçamental e combate à desigualdade.
A candidatura única de José Luís Carneiro à liderança socialista resultou numa vitória com mais de 95% dos votos, embora marcada por uma participação interna baixa (cerca de 48%). O resultado espelhou não apenas o apoio ao perfil moderado de José Luís Carneiro, mas também o clima de desmobilização que se instalou entre a militância após a derrota eleitoral do PS.
Conhecido pelo seu percurso enquanto ministro da Administração Interna e secretário de Estado das Comunidades, Carneiro apresenta-se como um político moderado, próximo do aparelho partidário e com uma visão de governo assente na estabilidade institucional. No seu discurso de vitória, José Luís Carneiro prometeu “uma oposição leal mas determinada” e reiterou que o PS “não fará alianças com quem ataca os pilares da democracia.”
Ao contrário da postura combativa de Pedro Nuno Santos, o novo líder aposta numa imagem serena e construtiva, tentando recentrar o partido: “O PS não é um partido de protesto — é um partido de futuro com sentido de responsabilidade”, declarou.
Carneiro colocou a valorização dos serviços públicos, a coesão territorial e o reforço do Estado Social no centro da sua proposta. Comprometeu-se ainda com uma transição ecológica justa e com o combate à exclusão social, ao mesmo tempo que defendeu rigor nas contas públicas e respeito pelos compromissos europeus.
Com eleições autárquicas e presidenciais no horizonte, José Luís Carneiro herda um partido dividido entre tendências internas e com a difícil tarefa de recuperar protagonismo político num Parlamento onde o PS é agora a terceira força.
A eleição de José Luís Carneiro inaugura uma fase de reconstrução interna no Partido Socialista. Com uma postura moderada e um discurso de responsabilidade, o novo líder tenta reposicionar o PS como alternativa sólida à AD.
Texto: Beatriz Sá