A AD realizou, em Vila Real, uma arruada com comício integrado, no dia 12 de maio. O evento contou com o primeiro-ministro, Luís Montenegro, com Nuno Melo, Ministro da Defesa e Ana Paula Martins, Ministra da Saúde e cabeça-de-lista da coligação por Vila Real.

O evento estava previsto para as 18h45, hora em que a chuva começou a não dar tréguas. Depois de algum compasso de espera, os maiores rostos da campanha da AD começaram a aglomerar-se e a preparar o início da arruada. A primeira a chegar foi Ana Paula Martins, a cabeça-de-lista, pelo distrito de Vila Real e que tem enfrentado algumas criticas, por ser completamente alheia à região. A ela juntou-se, pouco depois, Nuno Melo, Ministro da Defesa. Quando toda a gente esperava por Luís Montenegro surgiu, de supetão, Sebastião Bugalho, que se juntou à caravana social-democrata em Chaves e seguiu com ela até Vila Real. O jovem Eurodeputado foi a presença mais surpreendente e, sem dúvida, das mais acarinhadas. Muito saudado, Sebastião parou várias vezes para ficar à conversa com a população.

Com cerca de meia hora de atraso, chegou Luís Montenegro, que imediatamente começou a caminhar em direção à Rua Direita, local do comício final. A arruada era bastante curta, sem dúvida das menores (em termos de distancia) da campanha da AD, mas mesmo assim, houve tempo para muitas interações. O Primeiro-Ministro parou várias vezes para falar com populares, tirar selfies e experimentar produtos regionais. A arruada seguiu debaixo da chuva, o que não travou o apoio dos simpatizantes, em especial da juventude social democrata, que foi a entoar o hino da campanha durante todo o percurso.

“Abaixo os extremismos, sejam eles de direita ou de esquerda”, foi a frase que ecoou, já bem perto do final da arruada. Um popular deu o repto e foi muito acarinhado pelas mais altas figuras do partido que subscreveram por baixo o apelo do cidadão.

Chegados ao local dos discursos, muita gente se aglomerou para ouvir as mais altas figuras da AD, tantas que o coberto instalado não foi suficiente, o que não fez com que a adesão fosse menor.
A primeira a falar foi Ana Paula Martins. Munida de um discurso previamente escrito, a Ministra subiu ao palanque e puxou pelo público com muitas acusações de irresponsabilidade à oposição. Ana Paula começou por fazer um balanço das políticas públicas e elogiou o Governo na pessoa do Primeiro-Ministro. De seguida, falando de saúde, aproveitou a metáfora náutica de Fernando Araújo, do PS, para referir que “se os barcos estão a encalhar”, a culpa é dos 8 anos de “governação socialista”. Ainda no campo da saúde, a referencia feita aos enfermeiros levou a ovação da noite, muito pela forte presença de vários no comício. Ana Paula Martins concede que caiu “de paraquedas”, na região, mas comprometeu-se a servir a região.

“O maior símbolo que eu encontro em Vila Real, é o doutor Jaime Neves, que foi determinante pela vitória da democracia”, foi o repto inicial lançado pelo líder do CDS-PP, afirmando que, “50 anos depois” a coligação quer proteger a república, num país que vai decidir entre “a moderação e o extremismo”.
Nuno Melo garantiu que a AD só tenciona formar governo se vencer as eleições, deixando uma pequena farpa ao PS, pelos tempos de geringonça. “Este partido socialista radicalizado, com o suporte da extrema-esquerda anti-NATO, não é responsável”, lançou ainda Nuno Melo que ainda foi a tempo de criticar o Chega: “Representa o que eu combato na política”.

Para o final ficou o discurso de Luís Montenegro. O Primeiro-Ministro defendeu fortemente Ana Paula Martins: “Para lá do Marão mandam os que cá estão, mas, além disso, para lá do Marão mandam os que lá estão com aqueles que para lá vão de coração”. Montenegro reconheceu que tem um carinho especial pela Ministra, pois considera que a mesma está à frente da “área mais difícil” num Governo. O auditório respondeu, com aplausos de pé, nas primeiras filas, sobretudo.
Montenegro recuou à apresentação do plano para as florestas, apresentado na UTAD, pelo próprio. Esse momento foi usado como instrumento de valorização do interior, momento esse que foi repescado agora. O Primeiro-Ministro defendeu também o interior e os agricultores, neste momento de especial instabilidade, devido ao contexto internacional.
O discurso foi no sentido de apontar os méritos da AD na valorização das pensões e no aumento dos abrangidos pelo complemento solidário para idosos (CSI). Além disso apresentou as propostas para os próximos 4 anos e criticou a oposição por dedicarem muito tempo a falar das propostas da AD.
“Os profetas da desgraça, parece que pedem uma crise, para ganharem um votinhos”, num exercício um pouco caricato, o Primeiro-Ministro criticou a oposição por estar sempre a criticar o Governo, depois de ter tecido duras criticas ao PS.
Montenegro terminou de forma apoteótica clamando por 4 anos de estabilidade, piscando levemente o olho à maioria absoluta, e pedindo que o povo dê mais um voto de confiança à Aliança Democrática.

O comício encerrou-se em festa, com as músicas que vêm pautando a campanha da AD, por todo o país. Muita gente se aglomerou à volta do palco para tentarem chegar à fala com o Primeiro-Ministro, que pouco depois retirou-se do local.

Texto: Tiago Santos
Fotos: Tiago Santos