Debate entre AD e Livre marcado pela habitação e pelas constantes trocas de acusações

Debate entre AD e Livre marcado pela habitação e pelas constantes trocas de acusações

No debate dos “substitutos”, Isabel Mendes Lopes (Livre) e Nuno Melo (CDS) foram bastante contundentes a criticar o adversário. O frente-a-frente teve como tema quente a habitação; o Livre criticou a “inação” do Governo, Nuno Melo acusou a oposição de ter interrompido a governação “sem motivo”.

O debate começou com a questão que se impunha: Porque é que não estão presentes Luís Montenegro e Rui Tavares? Nuno Melo teve a primeira intervenção e acusou o Livre de “deslumbramento”. O líder do CDS-PP disse ainda que o seu partido é “antigo” e tem um “grande peso na democracia portuguesa”. Isabel Mendes Lopes, co-porta-voz do Livre, colocou o ónus na AD e reiterou que sempre foi acordado que se Luís Montenegro recusasse debater com o Livre, Rui Tavares não compareceria no debate. A líder parlamentar do Livre referiu ainda que “da última vez que o CDS concorreu sozinho à Assembleia da República não foi eleito e o Livre foi”.

O primeiro tema foi a defesa e a questão recaiu sobre se o investimento nesta pasta levará a cortes noutras. Nuno Melo usou o tempo de intervenção para alegar que o Livre queria a saída de Portugal da NATO, mas Isabel Mendes Lopes disse claramente que “o Livre não quer que Portugal saia da NATO, essa posição é muito clara”.

“Eu aconselhava o co-líder do seu partido a despir o fatinho de esquerdista e a vestir o de historiador”. Foi esta a tirada de Nuno Melo para acusar o Livre de confundir “um aliado de sempre (Estados Unidos) com um inimigo”. A co-porta-voz do Livre referiu que o partido “não quer que os Estados Unidos saiam da NATO, os Estados Unidos é que estão a ameaçar sair da NATO”. Isabel Mendes Lopes lembrou ainda as posições de Luís Montenegro, em 2016, e de Hugo Soares, em 2024, que referiram que teriam dificuldade em escolher para quem iriam os seus votos, nas eleições que levaram às vitórias de Donald Trump perante Hillary Clinton e Kamala Harris, respetivamente.

Os dois debatentes convergiram na questão de não aplicar o serviço militar obrigatório e de aumentar os salários e condições de carreira de quem trabalha no exército português.

Depois abordou-se a questão da habitação. A líder do Livre defendeu um maior parque público de habitação para não se ficar “nas mãos do mercado”, criticando a “falta de vontade do Governo” em resolver este problema. Nuno Melo criticou a oposição por ter feito cair o Governo, não permitindo que fossem resolvidos os problemas nas diferentes áreas.

De seguida, o líder dos centristas acusou o Livre de ter votado contra a descida do IRS e do IRC bem como a criação do IRS jovem. Isabel Mendes Lopes acusou o Governo de ter tido um ano para usar o fundo para a habitação (100 milhões de euros), o que seria suficiente para amenizar o problema.

O debate terminou com questões de direito parental. O Livre acusou o executivo de ter chumbado a proposta do partido para a manutenção de 100% do salário em caso de baixa para acompanhar um filho(a) com cancro ou deficiência.

Texto: Tiago Santos