Apesar dos seus altos e baixos, a saga “Alien” regressa para o seu sétimo filme na tentiva de recuperar a clima de terror originalmente estabelecido no primeiro filme, que se foi perdendo nas continuações.
Este filme passa-se entre os acontecimentos de “Alien – O 8.º Passageiro” (1979) e “Aliens: O Rencontro Final” (1986) e segue um grupo de jovens colonizadores que decidem explorar a estação espacial Romulus, há muito abandonada. Mas ao chegar lá depararam-se com uma colónia aterradora de seres alienígenas que, para sobreviverem, hospedam-se no interior do corpo de outros seres vivos para se alimentarem da sua carne.
Não é novidade que seres extraterrestres sempre despertaram um certo fascínio e pavor na humanidade, e considero que o clássico de 1979 demonstrou isso na perfeição numa trama que mistura elementos de ficção-científica, terror e suspense. Acredito que uns dos aspetos mais interessantes desta franquia é literalmente o espaço onde decorre a ação, que por si só desperta uma certa curiosidade e inquietação a quem assiste.
“Alien: Romulus” (2024) serve como um complemento ao que já foi apresentado nos capítulos anteriores ao expandir a mitologia do universo criado por Ridley Scott, revelando um cuidado minucioso para não alterar nenhum evento da linha cronológica da saga. Ao mesmo tempo que homenageia algumas ideias e cenas clássicas do primeiro filme de forma coesa, não servindo apenas como meros “fan-services”.
Fede Alvarez, diretor de “Nem Respires” (2016) e do remake de “A Noite dos Mortos-Vivos” (2013), conseguiu retomar com sucesso ao clima de terror da saga ao mesmo tempo que revelou todas as cartas que tinha na manga, levando o espectador ao limite nas diversas cenas de tensão e ação.
Por outro lado, o argumento de Rodo Sayagues não soube jogar com as cartas que tinha em mãos. A história em si não é fraca mas, a sensação que transparece é semelhante a um déjà-vu pois a trama segue quase meticulosamente os passos do filme original e por vezes de outros capítulos da saga. Diria que o verdadeiro sinal de cansaço da saga fica notório na maneira como os Aliens são utilizados na trama, pois desde o filme de 79 essa fórmula ficou estagnada e acabou por tornar as sequências um bocado previsíveis.
As atuações estão boas, apenas lamento a falta de generosidade do texto para com o elenco. Cailee Spaeny desempenha bem o papel de protagonista corajosa assim como Sigourney Weaver fez no clássico de 79; David Jonsson foi provavelmente o personagem mais carismático do filme; e claro que os Aliens captam logo a nossa atenção devido ao seu design espetacular e assustador.
Analisando o filme como um filme isolado o saldo é positivo, porém senti que faltou coragem para navegar por novos caminhos e explorar novas ideias. Mas apesar de todos os pontos negativos que mencionei, “Alien: Romulus” (2024) é um bom filme de terror e suspense graças aos truques habilidosos do seu diretor e do apelo nostálgico que esta saga carrega para o mundo cinematográfico.
De 0 a 5: 3,5
De 0 a 10: 7