Com a chegada de um dos dias mais aguardados do ano, vem com ele a necessidade de boas recomendações cinematográficas. Com este artigo mostrarei pelo menos uma. É certo que os cinemas portugueses, invadiram-nos com uma onda de filmes dignos esta época, entre eles: Joker-Loucura a Dois, Smile 2 e ainda, um grandioso remake do Tim Burton: Beetlejuice Beetlejuice. São ótimas recomendações, contudo, quem estiver à procura de algo diferente, fique ciente que irá encontrar aqui aquilo que anseia.
Desde a exibição do trailer, fiquei bastante curiosa para saber se este filme era tudo o que realmente parecia entregar. Estou a falar de nada mais, nada menos, do que a mais recente estreia da Netflix: “It ‘s What ‘s Inside”. Realizado por Greg Jardin, explora a história de um grupo de amigos da faculdade que se reúne para celebrar o noivado de um deles, na véspera da cerimónia. Contudo, um deles acaba por trazer um aparelho capaz de trocar os corpos de todos, acabando por gerar o caos ao longo deste jogo que, inicialmente divertido, acaba por fazer mergulhar o grupo numa rede de ciúmes, segredos e desejos ocultos.
Diria que o filme está dividido em três partes. Sendo a primeira das três, uma pequena e leve introdução das personagens e das relações entre elas. A meu ver, acabou por falhar um bocado, já que em certos momentos acaba por ser demasiado lenta e desprende o público do enredo.
Por outro lado, na segunda parte o plot já começa a ganhar forma, dando início assim à história propriamente dita. Aqui já conseguimos perceber alguns vestígios do que irá acontecer, ainda assim, estamos na linha ténue entre o conhecido e o desconhecido. Acabando por, de certa forma, nos deixar bastante intrigados no que poderá acontecer a seguir.
Por fim, a terceira parte data o meio do fim, onde tudo começa a acontecer rapidamente, de uma forma muito pouco previsível e, portanto, bastante inquietante. Dando asas a um final odiado por muitos, mas adorado por outros tantos.
Gostava assim de referir que o conceito do filme é bastante diferente, seja desde as personagens, aos diálogos e até à estética propriamente dita. Destaco ainda, a edição mega cativante e bem conseguida. Fiquei também realmente surpresa com a equipa envolvida. Nunca tinha ouvido falar de nenhum deles, mas sem dúvida, conseguiram superar expectativas.
Em termos de falhas, o que pode ter falhado foi a construção das personagens, numa fase inicial, que deixou bastante a desejar. O tipo de linguagem utilizada foi também, por vezes, demasiado simplista e exagerado.
Apesar da narrativa estar bem estruturada, na minha perceção, “It ‘s What’ s Inside” não se enquadra num quadro nem de terror nem de ficção científica, como nos é vendido, destacando-se mais até pela parte cômica.
Recomendo para quem não é muito fã de terror mas ainda assim gosta de um bom “mind fuck”. Acho que está aqui uma boa alternativa de como passar o Halloween com o grupo de amigos.
De 0 a 5: 3.5
De 0 a 10: 6.5
Texto: Mariana Pinto
Imagem: Tiago Santos
