Um dia soalheiro para os lados de Austin, nos EUA, contribui para mais uma corrida do mundial de 2024, a décima nona de vinte e quatro rondas.
Apesar da interrupção de um mês, o circuito das Américas recebeu uma grande prestação dos pilotos, o que fez com que as contas do campeonato continuassem em aberto e com o título de campeão adiado por mais umas corridas.
Foi então que neste domingo, dia 20 de outubro, por volta das 20 horas, os cinco semáforos verdes acenderam-se e começou mais um “Drive to Survive”.
E o primeiro golpe de teatro começou logo na partida e na primeira curva, onde a disputa entre Lando Norris que tinha ganho a pole e Max Verstappen em segundo na grelha da partida, permitiu a Leclerc aproveitar uma abertura e saltar para a liderança da corrida, para não mais sair.
Ao longo das primeiras 20 voltas os 8 primeiros não mudaram as posições, apesar de se ter assistido ao primeiro abandono da noite, logo na volta três de cinquenta e seis quando Hamilton foi com o seu Mercedes à gravilha, imobilizando em definitivo o seu monolugar, não pudendo assim continuar na prova.
As estratégias começaram a ser utilizadas pelas equipas, tendo Lando Norris efetuado um undercut a Max Verstappen, antecipando assim a sua ida à box para troca de pneus, tendo conquistado a posição de Max, umas voltas depois.
Entre a volta vinte e dois e a volta trinta e dois, quase todos os pilotos refrescaram os seus pneus, mudando assim o líder da corrida. Até à volta trinta e três estiveram na liderança Leclerc, Norris, e outra vez Leclerc.
Na 41.ª volta, George Russel da Mercedes, que até então estava a fazer uma corrida com boa performance, teve que ir às boxes, aproveitando para cumprir os 5s de penalização aplicados pelos comissários da prova, por ter cometido uma infração, caindo para a 8.ª posição.
Os dezanove pilotos em corrida entraram para as últimas quinze voltas, onde se assistiu a algumas batalhas por posições mais intermédias. O primeiro e o segundo classificado do campeonato lutaram pelo último lugar a fechar o pódio, procurando desta forma conquistar mais uns pontos face ao concorrente direto.
A luta entre Max e Norris continuou ate ao fim, com várias tentativas de Norris em ultrapassar Max, com o piloto Neerlandês a defender-se muito bem, perante os ataques do Britânico, o que fez com que todos os espectadores ficassem vidrados no ecrã. Já nas voltas finais, um erro de Norris, que cometeu uma infração na ultrapassagem a Max, ultrapassando-o com o carro totalmente fora da pista, deveria ter devolvido a posição a Max, o que não aconteceu, obrigando a intervenção dos comissários da FIA penalizando Norris em 5s, já na última volta da corrida, colocando virtualmente Max na 3.ª posição e última do pódio.
Num circuito ideal para velocidade, a Ferrari obteve a dobradinha, com Leclerc, que dominou em Austin desde a primeira curva, e Sainz no 2.º lugar, ficando Max com o último lugar do pódio.
As contas do mundial de pilotos e construtores ficaram bastante animadas. No mundial de construtores, McLaren (544 pts), Red Bull Racing (504 pts) e Ferrari (496 pts) ocupam as 3 primeiras posições, estando ainda tudo em aberto até ao final da época, sendo de difícil prognóstico, apesar da excelente fiabilidade que os McLaren apresentam em pista.
Quanto ao mundial de pilotos, apesar do 3.º lugar, acabou por ser um fim de semana muito positivo para Max, que lidera o mundial, conseguindo alargar para 57 a vantagem de pontos para Norris que é segundo, devido à vitória na corrida sprint de sábado e ter ficado em 3.º, um lugar acima de Norris que foi 4.º. Leclerc, que é 3.º no mundial de pilotos, com esta vitória, reduziu a distância pontual a Norris, fixando-se em 22 pontos, o que fez entrar na corrida pelos dois primeiros lugares do mundial, criando mais expectativas nas cinco rondas finais até Abu Dhabi, que marca o fim de mais uma grande época pelos ares da Fórmula 1.
Texto: Bárbara Sá
Imagem: Fórmula 1