O filme é uma espécie de releitura do clássico filme de 1936 “A Filha do Drácula”. Desta vez a história retrata um grupo de criminosos que sequestra a filha de 12 anos de um manda-chuva do submundo, mas o plano deles começa a desmoronar quando descobrem a verdadeira natureza de Abigail (Alisha Weir).
Este filme é mais uma tentativa da Universal Pictures de ressuscitar os seus monstros clássicos de volta para o grande ecrã que,apesar do seu início atribulado, com o remake de “A Múmia” (2017), com a boa receção da releitura de “O Homem Invisível” (2020) a ideia parece ter ganho mais fôlego. E “Abigail” manteve a chama acesa.
A dupla de diretores, Tyler Gillett e Matt Bettinelli-Olpin (diretores de “Gritos 6”), demonstra com maestria a paixão e o domínio na condução das mais variadas cenas presentes no filme, transmitindo em simultâneo a sua identidade, ao mesmo tempo que cativam o expectador. Os diretores não temem a violência, mas optam por mostrá-la aos poucos criando muitos momentos tensão.
Outro ponto chave para o sucesso de “Abigail” deve-se ao seu talentoso e carismático elenco. Alisha Weir como Abigail é mais uma daquelas crianças prodígio com um futuro brilhante pela frente; Melissa Barrera como Joey faz jus ao título de scream queen e de final girl concebido pela sua participação em “Gritos” (2022) e “Gritos 6” (2023); Dan Stevens como Frank demonstra na perfeição frieza e inteligência do personagem; e Kathryn Newton como Sammy encanta a audiência com o seu personagem carismático.
Por sua vez, o argumento de Guy Busick e de Stephen Shields muitas vezes torna os personagens demasiado caricatos, ao ponto de torcermos mesmo para vão desta para melhor. Mas apesar de terem construído uma história sólida, não conseguiram fugir aos clichês do género, além de deixarem pelo caminho alguns pontos mortos e momentos que não agregam em nada.
Além de servir como um ótimo entretenimento, “Abigail” entrega exatamente aquilo que promete: uma boa história de suspense com muitos jump-scares e banhos sanguinários. Apenas lamento que o marketing do filme tenha estragado algumas das surpresas.
De 0 a 5: 4
De 0 a 10: 8
Texto: Ivo Pereira
Imagem: Eduarda Paixão