A vida passa…. Passa e não volta

A vida passa…. Passa e não volta

“Nunca passes pela vida sem deixar que a vida te toque” …  Não me recordo quando escutei esta frase, nem tão pouco onde e quem a disse. Sei, apenas, que naquele momento abri o bloco de notas do meu telemóvel e registrei-a, para não me esquecer.

À semelhança desta, estão guardadas tantas outras reflexões que ouço das pessoas. Gosto de as apontar… E à noite, na tranquilidade do meu quarto, leio, uma e outra vez. E não é que muitas delas se complementam?

De facto, de vez em quando o ser humano lá diz umas coisas acertadas! Porém, o ruído, os mexericos e os boatos, por mais baixos que sejam, soam tão alto que chegam a ensurdecer, e abafam aquilo que realmente importa.

Abafam o toque da vida… E, então, a vida passa…. Passa e não volta… Ou nós é que passamos por ela e já não voltamos… Não sei!

Enfim…. Acredito que mais do que nunca esta frase faz todo o sentido! Vivemos num mundo frenético: frenético de trabalho, frenético de competitividade, frenético de inveja, frenético de ódio, frenético de falsas aparências…

E giramos neste círculo vicioso, tal como os nossos comboios de brincar giram em torno da árvore de natal. Todavia, quando caímos na realidade percebemos que o comboio ficou sem pilhas, e nós sem o tempo.

Assim sendo, é nesta altura que surgem os arrependimentos… E sabem o que dizem os estudos? Não? Existem cinco coisas que as pessoas desejavam ter feito, e (por medo ou orgulho) não o realizaram: “gostava de me ter permitido ser mais feliz”, “gostava de ter mantido mais contacto com os meus amigos”, “gostava de ter tido coragem para expressar os meus sentimentos”, “gostava de não ter trabalhado tanto” e “gostava de ter tido a coragem de viver a vida de acordo com o que eu queria, e não conforme o que os outros esperavam de mim”.

Efetivamente, todos nós já cometemos estes erros! Quantas vezes não colocamos o trabalho à frente da família? Quantas vezes não procuramos agradar e cuidar dos outros mais do que nós? Quantas vezes ficamos calados por termos medo de que riam de nós? Quantas vezes não colocamos a nossa felicidade de lado?

Posto isto, será que ainda vamos a tempo de mudar? Talvez… Mas façam-no, sei que não se vão arrepender.  A sensação de gostarmos de nós por aquilo que somos, de construirmos as mais doces e eternas recordações é inexplicável.

E um dia aquilo que fica é o que fomos e não o que tínhamos…

Beatriz Colaço