A RTP exibiu mais um grande debate entre duas das forças políticas presentes no Parlamento. O frente-a-frente entre Pedro Nuno Santos, secretário-geral do PS e o porta-voz do LIVRE, Rui Tavares marcado por ideais diferentes.
No dia em que o PS/Açores apresentou o voto contra o Programa de Governo da coligação açoriana vencedora nas eleições, PSD/CDS-PP/PPM, o debate tomou rédeas para iniciar com esse assunto. Questionados sobre se seria possível acontecer este cenário nas eleições de 10 de março Rui Tavares aponta que “essa decisão leva ao caos, (…) temos de a evitar”, por sua vez Pedro Nuno Santos dispara que há uma pressão sobre o Partido Socialista para viabilizar “Governos dos PSD”, retorquindo que em 2020 não houve essa coação sobre o PSD. Recorde-se que a coligação açoriana venceu estas eleições sem maioria absoluta.
A habitação voltou a ser tema de discussão entre dois líderes da oposição. O porta-voz do LIVRE confirma que o PS “acordou para a crise” quando já havia dificuldades na habitação em Portugal, restringindo-as a três palavras “problema”, “crise” e “emergência”. O partido propôs e aprovou no Orçamento de Estado uma medida que pretende auxiliar a população a não perder as suas moradias.
“Um quarto do imposto de selo de todas as transações imobiliárias vá para um fundo de emergência da habitação” afirmou Rui Tavares.
Pedro Nuno Santos contorna a situação concluindo que o PS avançou medidas como: a transformação de quase 18.000 casas, o fundo Porta 65 para auxílio no arrendamento que contribui a 28.000 jovens, o apoio no arrendamento a 230 mil famílias com subsídio de 100/200 € por mês, entre outras.
Relativamente a instabilidade entre o Governo e os professores, o secretário-geral socialista considera que a recuperação “integral do tempo de serviço é uma questão de justiça e de princípios” prometendo ser reposta pelo Governo ao longo da legislatura caso vença as eleições. O aumento do salário dos professores do 1º Escalão é, também, prioridade. Em contrapartida, o LIVRE em 2015 já detinha no programa a reposição integral do tempo de serviço dos professores, realça Rui Tavares. Atualmente propõem “negociações” para atingir a “harmonia social e laboral” nesse setor, porque vai “muita além da remuneração”.
Foram, também, temas de discussão entre os dois líderes partidários com perspetivas distintas o Passe Ferroviário Nacional, o aproveitamento escolar e a participação dos privados na saúde.
Texto: Catarina Faria
Imagem: DR