Um dia, o meu avô disse-me que o amor é necessário. São imensas as borboletas que percorrem o corpo, que o deixam elétrico e que se transformam num labirinto de emoções.
Ele disse que era normal eu descrever o amor com palavras soltas, mas que um dia iria descobrir o que é amar de verdade e, nesse momento, iria descobrir o segredo. Ele disse que todas as histórias têm um cheiro perfumado, deixando assim a paixão numa maré vazia. Uma vez, o meu avô disse-me que, para amar, eu teria de confiar, cuidar e respeitar. Mas que amor é este com tanta responsabilidade de que ele fala?
Ele contou-me que o amor é uma arca de desejos, com coisas que só o coração pode entender, que só olhos vêm. As questões deixam-se no ar, como uma brisa, suplicando maré cheia. Ele conta-me tanto, mas diz tão pouco. Diz que há amores incontáveis e que é impossível ser feliz sozinho, que em todos os cantos e encantos há chama, ardor e afeto. O amor é surpreendente, na poesia de palavras que ele me fala. O amor abafa a tempestade e faz o sol brilhar. O amor é extraordinário e talvez muito raro. Ai, amor!
O amor não tem data nem hora, não tem idade nem género. O amor é o sítio mais seguro de todos e, também, o mais inconformável. O amor pode ser de todas as cores e curvas. O amor consegue ser sempre a utopia dentro do teu estômago. O amor é a arte de transportar o coração e a mente, para uma galáxia estrelar. O amor sopra ventos distantes e abala qualquer corpo vulnerável.
Um dia, o meu avô disse-me uma frase bonita, daquele livro, o pequeno príncipe – “Tu tornas-te eternamente responsável por aquilo que cativas” – ele expressou ser amor e, mais uma vez, fiquei sem entender.
Será que algum dia vou descobrir esse segredo de que tanto ele fala?
Beatriz Parada