Assim que tento escrever alguma coisa, faltam-me logo as palavras. Não por falta delas, mas pela quantidade de coisas que eu posso dizer e não saber por onde começar.
Tem dias em que eu acordo a pensar como será o meu dia. Planeio, organizo e faço uma previsão dele. Talvez seja esse o meu erro. Espero demais por um dia em que, provavelmente, será como todos os anteriores. Mais do que ver as coisas boas, tendo a seguir-me pelas aspetos negativos que vivi durante essas 24h.
Mas perdoem-me, erro meu!
Tem dias em que me deito e penso o que poderia ter sido esse mesmo dia. Não o considerei meu, nem o considerei, possivelmente. Segui a minha previsão, cumpri os horários e vim a correr para casa, para voltar a sentir a minha companhia. Mais do que aproveitar o que recebo, tendo a seguir-me pelo o que eu gostava de receber.
Mas perdoem-me, erro meu!
Tem dias em que gosto de olhar para o que foi feito e esqueço-me do (meu) presente. Sigo-me pelas correntes que me trouxeram aqui e desejo nunca as esquecer. Mais do que aproveitar as falhas, para seguir em frente, tendo a agarrar-me a elas com tudo o que tenho.
Mas perdoem-me, erro meu!
Tem dias em que não gosto do que eu própria me permito escolher. Avanço, (quase que) acredito e retrocedo à linha de partida. Mais do que aproveitar para mergulhar e aprofundar-me nos meus medos, tendo a desistir por pensar que, provavelmente, a habilidade não mora em mim.
Mas perdoem-me, erro meu!
Assim que escrevo, após ter dito que as palavras me faltam, faz de mim uma pessoa que erra ou que tem, simplesmente, medo de errar?
Inês Silva