Na passada terça-feira dia 6 de novembro, o país acordou com a notícia de buscas levadas a cabo pela PSP a mando do Ministério Público na residência oficial do primeiro ministro, em diversos ministérios e até em habitações próprias.
Pouco passava das 9 horas da manhã quando se tornou público o, que se passava na residência oficial do primeiro ministro e nos ministérios do ambiente e infraestruturas. Levadas a cabo pela PSP, seguiam as buscas nas infraestruturas do estado no âmbito de uma investigação sobre os negócios de lítio e hidrogénio.
Ao início da manhã eram logo dados 2 detidos como certos, o chefe de gabinete de António Costa, Vitor Escária e Diogo Lacerda Machado, consultor e amigo próximo do primeiro ministro. Eram esperados novos desenvolvimentos ao longo da manhã.
Pelas 9:30 António Costa reúne-se a primeira vez com o Presidente da República, para prestar alguns esclarecimentos iniciais e logo aí terá demonstrado a vontade de se demitir do cargo que ocupava.
Por volta das 12:30, Marcelo Rebelo de Sousa recebe a procuradora geral da república, para uma curta conversa sobre os casos, que motivam as buscas que decorrem no seio do governo português, ficando aí a saber que o próprio primeiro-ministro será alvo de uma investigação independente por parte do supremo tribunal de justiça.
Com uma manhã a par e passo, com detidos e arguidos constituídos, às 13 horas o primeiro-ministro regressa a Belém para ali transmitir a Marcelo a decisão final de se demitir, o encontro entre os dois durou apenas cerca de 10 minutos. Pouco tempo depois o gabinete do primeiro ministro anuncia um comunicado, marcado para as 14 horas algo, que se veio a verificar apenas 23 minutos depois, devido a alguns atrasos. O anuncio era inevitável; António Costa anunciava ao país a sua demissão do governo e deixava nas mão do Presidente da Républica os próximos passos a tomar no que conta a esta matéria. Marcelo Rebelo de Sousa não se dirigiu ao país na terça-feira, tendo anunciado um comunicado para quinta-feira, onde contava já ter tomado uma decisão final.
Na quarta-feira (7 de novembro), Marcelo recebe todos os partidos com assento parlamentar em Belém, para assim saber os pareceres e a prontidão dos mesmo quanto à possibilidade da dissolução da assembleia e da convocação de eleições antecipadas. Como já era esperado todos à exceção do PS, mostraram-se diponiveis e prontos para ir a eleições e deixar, que os portugueses decidissem o futuro do país. Já o PS preferia nomear um novo primeiro ministro e constituir um novo governo. Sem qualquer decisão tomada aguardava-se com ânsia o dia de quinta-feira e a decisão do chefe de estado.
Na quinta-feira Marcelo ouvia o concelho de estado e decidia nesse mesmo dia o futuro do governo em Portugal.
A declaração marcada para o final da tarde era aguardada por todos. Depois de anunciar a tendência dos partidos para umas eleições antecipadas e um “empate” nos pareceres dos conselheiros de estado, Marcelo disse ter tomado a decisão sozinho e em pleno com ele mesmo. Como esperado o Presidente decidiu mesmo dissolver a Assembleia da República e convocar novas eleições para o dia 10 de março, deixando António Costa no poder até lá e concedendo assim tempo para a aprovação total do orçamento de estado apresentado para 2024.
Texto: Miguel Almeida
Imagem: DR