A pequena sala da Cueva del Jazz em Zamora, Espanha, acolheu, na passada sexta-feira, os Guadalupe Plata, banda espanhola de Úbeda, em concerto de promoção do seu mais recente disco “Gudalupe Plata 2023/La Ruina”.
Pedro de Dios (guitarra, voz) e Carlos Jimena (bateria) formaram, em 2006, os Guadalupe Plata, projeto onde criam uma fusão perfeita de blues, jazz e flamenco. Desde então conseguiram alguma projeção internacional que lhes permitiu ter canções suas em séries televisivas como “Shameless (Showtime, 2014) ou How To Make It In America (HBO, 2011). Como consequência da sua projeção ganharam já múltiplos prémios a nível europeu, por exemplo o Prémio IMPALA para “melhor álbum independente europeu” derrotando na final nomes grandes da música como Sigur Rós.
Aos poucos a “Cueva del Jazz” foi ficando cada vez mais populada e quando a banda subiu a palco havia já muito pouco espaço para os passos de dança a que o concerto convidava. Guadalupe Plata abriram o concerto com “La Cigüeña”, tema que foi o segundo single do álbum lançado em maio deste ano, e deram seguimento ao espetáculo com uma série de canções a percorrer um pouco de toda a sua discografia.
Aos poucos a sala deixava-se contagiar pela aura fantasmagórica e surrealista que carateriza a estética sonora dos Guadalupe Plata e era notório o crescente entrosamento público-banda, até que, na reta final do espetáculo, a banda tocou os temas “Huele A Rata”, “Hoy Como Perro” e “Serpientes Negras” já com um coro de toda a sala a dobrar a voz de Pedro de Dios. “Baby Me Vuelves Loco” foi o derradeiro capítulo da noite e, pela primeira vez, a banda dirigiu-se diretamente ao público com um sorriso de agradecimento terminando assim esta fantástica viagem sonora pelas paisagens desérticas do blues e os recantos do flamenco de Andaluzia.
Não há para já um regresso marcado de Guadalupe Plata a Portugal nesta tour que passou pelo Reino Unido e terminou Espanha no passado dia 28 de outubro.
Texto e fotografia por Tiago Esteves