Em vésperas de apresentação de canções para um novo trabalho de originais, os Cassete Pirata estrearam-se nesta quarta-feira, dia 25 de outubro, no Teatro Municipal de Bragança.
Este concerto dentro de portas e com público sentado, em Bragança, foi uma novidade para o quinteto, que se diz estar mais habituado à plateia sem lugares marcados. No entanto, mal subiram ao palco e os primeiros compassos de “A Semente” começaram a soar, fomos imediatamente guiados pelo ritmo sólido e pujante da bateria que nos compele imediatamente a bater o pé, abanar a cabeça e até a levantar da cadeira.
Apesar do formato em sala de espetáculos, a banda manteve-se fiel à “setlist” que tem vindo a apresentar ao longo do ano em festivais e espaços ao ar livre, fazendo um percurso por toda a sua, ainda curta, mas recheada discografia. Iniciando o concerto com dois dos temas de “A Semente”, o seu último álbum de 2021, puxando um pouco a cassete atrás até ao seu primeiro EP de 2017 com “Pó no Pé” e “Sem Norte“, seguindo pela “Montra” de 2019, com os refrões vibrantes de “Ferro e Brasa” e “A Próxima Viagem“, passando por “Tanta Vida para Viver“, o seu single mais recente, de arrepiar e aguçar a imaginação para novos temas que estarão para chegar.
Para a despedida, e já no “encore”, tivemos um regresso ao ponto de partida com “Malta” e “A Raiz“, tema que deixa o público a cantar em coro enquanto o grupo pousa os instrumentos e nos convida para um convívio no hall do teatro.
Foi um concerto com tudo o que podemos esperar de Cassete Pirata. A união entre uma guitarra jazzística, uma bateria selvagem à Dave Grohl, um baixo bem presente e firme, sintetizadores que marcam presença em motivos de sonoridade espacial e harmonias de vozes limpas em perfeita união. Chegado o final, deixa-nos com vontade de repetir e embarcar na próxima viagem.
Texto e fotografia por Eduardo Cunha