Subidas, descidas, quedas, saltos, cambalhotas e reviravoltas. Hoje em dia, este é o impressionante ritmo na vida de grande parte das pessoas ao nosso redor e no mundo.
A vida acompanha o movimento da ampla montanha russa da evolução, da qual o controle desta máquina está fora dos cuidados do operador. Nós somos os operadores, os que controlam a subida, a descida, as curvas e a velocidade. Em alguns momentos, subimos e a expectativa é animadora. No momento a seguir, gritamos na descida assustadora. Há também, por outra perspetiva, subidas em que a altura é apavorante e a descida entusiasmante. Soltamos as mãos e apenas nos deliciamos com o vento a bater-nos na cara.
Não há regra, nem um percurso predefinido. Tudo se vai concretizando no calor dos acontecimentos, das escolhas e das decisões, minuto a minuto. Não somos conhecedores do destino final, mas aceitamos a passagem. Diversas circunstâncias induzem-nos, claramente, a desistir. O medo assalta-nos, mas, ainda assim, existe algo lá no fundo que nos intui a prosseguir. Uma voz que nos anima e que nos faz sentir que a jornada valerá a pena e que cada susto, cada hesitação e cada obstáculo superados nos tornarão aptos à próxima etapa, ao próximo nível. A cada confronto, novas habilidades são desenvolvidas e as inquietações vencidas. O horizonte aumenta a sua dimensão, a paisagem ganha novos tons e o ponto final deixa de ser o principal objetivo.
Tudo o que podemos conquistar e tudo o que nos pode transformar não está no fim da viagem, mas sim na passagem.
Inês Silva