Não queremos flores, queremos direitos

Não queremos flores, queremos direitos

Todos os anos, no terceiro mês do ano, assinala-se o Dia Internacional da Mulher. Para uns, é um dia comum, porém, acredito que temos de reconhecer a importância desta data comemorativa e ensinar às gerações futuras o poder da mesma, mostrando-lhes o contributo de cada uma para a sociedade atual.

Em Portugal, nós, mulheres, somos mais de metade da população e, apesar de já termos alcançado várias conquistas, como o direito ao voto e ao pedido do divórcio, ainda temos uma longa luta para obter igualdade histórica e estrutural, visto que vivemos numa comunidade dominada por princípios de patriarcado, como o machismo, conceito esse que, infelizmente, está naturalizado na sociedade e que precisa urgentemente de ser desconstruído. Contudo, alcançar esses principais objetivos, é algo que está distante da realidade. Aqui, nasce o feminismo, movimento que consiste nessa luta.

Apesar dos dados e dos problemas, encontramos exemplos inspiradores de pessoas que, diariamente, tentam construir um mundo menos opressor, tal como Simone de Beauvoir, Angela Davis e Malala Yousafzai. Todas lutaram pela mesma razão, independentemente da realidade do seu país e das suas particularidades, por um mundo mais igualitário.

Ninguém precisa de ser mulher para lutar pela igualdade delas, apenas precisa de ser um ser humanos inteligente e consciencializado da atualidade. Tudo o que pedimos é tolerância zero mediante a ataques físicos, psicológicos e sexuais, assédio, discriminação e desigualdade. Não somos apenas mães e esposas, somos mulheres, somos independentes, somos profissionais. Nunca fomos tão conscientes dos perigos que o machismo causa, não podemos desvalorizar isso. Os direitos das mulheres são direitos humanos, queremos o fim da desigualdade e do machismo, ambos marcados nesta coletividade e que nos matam todos os dias.

Carolina Castro