Na passada terça-feira, na SIC Notícias, Catarina Martins e Rui Tavares admitiram as suas parecenças e concordaram que é preciso um acordo com a esquerda para governar Portugal.
Catarina Martins afirma que o Bloco de Esquerda tem colocado esforço e empenho em Portugal, e que, se não fosse o Partido Socialista, o país não teria tantas crises políticas desde 2019. Afirma a necessidade de haver “um novo ciclo sem maioria absoluta do Partido Socialista, em que a extrema direita seja posta no seu lugar”.
Rui Tavares caracteriza o Livre e o Bloco de Esquerda como aliados, excluindo, na matéria União Europeia, uma medida do BE com questões que “não batem a bota com a perdigota”. Segundo Tavares, “se alguém chega ao Conselho Europeu e diz que quer standards mínimos sociais liberais e ambientais” apenas a Alemanha diria que sim.
O representante do Livre diz ainda que o partido é favorável ao SNS, o que Catarina Martins contra-argumentada, mostrando-se surpreendida por o programa do Livre não ter qualquer referência à reversão das regras da troika nas leis do trabalho.
“Não sei se teremos um BE de convergência, se teremos um BE de divergência”, afirmou o cabeça de lista do Livre, fazendo Catarina Martins retorquir: “Parece quase António Costa a falar”.
“Precisamos de ter um programa de Governo à Esquerda, viabilizado se a Esquerda tiver maioria e devemos estar todos disposto a fazer uma negociação conjunta para achar esse programa de governo e esse orçamento”, apela Rui Tavares. Ao que a oponente responde “O BE quis, fez, propôs e fará um acordo à Esquerda para o Governo de Portugal “, mas com um BE “reforçado enquanto terceira força política” e com “questões concretas” como o reforço do SNS e a alteração das leis laborais. No entanto, afirma que “há um obstáculo. Chama-se António Costa”.
Melissa Lima