Ser bom português não é só gostar de rojões e francesinhas, não é só festejar a vitória da seleção de futebol no Euro de 2016 ou até gritar Éder a algum turista francês que encontremos por cá no mês de agosto. Ser bom português é também criticar o que é feito por cá e enaltecer o que é feito lá fora.
De um lado, sempre muito intrínseca e concomitante à cultura portuguesa, quase como se até fosse parte do ADN, a vontade de mandar abaixo aquilo que produzimos cá dentro encontra-se sempre presente. Não me refiro a críticas construtivas, mas sim a críticas desanexadas deste mundo que, com algum jeitinho, seriam tão abismais que a cortiça “tuguinha” ficaria completamente abalada, mas por sorte é que a cortiça não tem ouvidos.
Por outro lado, temos as novas gerações. Estas que nos trazem um espírito de corte de bigode ao Zé Povinho, e a que lhe põem uma McBifana à frente (em vez do bacalhau cozido ao qual este estava tão habituado). Gerações muito criticadas pela sua vida muito dependente de umas tecnologias, impensáveis há umas décadas atrás, começam a valorizar o nacional nas mais variadas áreas. Não é que as críticas tenham desaparecido, porque lá no fundo são como a vontade comer, estão sempre presentes, umas vezes mais e outras menos e só desaparecem depois de encontrarmos uma harmonia mental.
De forma resumida, deixemo-nos cá de cozidos e inovemos com uma cabidela cultural! A subjugação notória nas cópias ao que é feito lá fora são marcas que demonstram a presença atual de uma definição retrógrada, a qual devemos riscar dos nossos dicionários e onde devemos redefinir novos costumes e características, porque, afinal de contas, ser um “bom” português, não é algo assim tão bom como aparenta.
Rodrigo Costa