Eurodeputada há 11 anos, Marisa Matias, com 44 anos e com um currículo académico inteiramente dedicado à sociologia, apresenta a sua segunda candidatura às presidenciais de 2021.
Marisa Isabel dos Santos Matias nasceu a 20 de fevereiro de 1976 em Coimbra. Foi nesta cidade que estudou sociologia na Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra. Durante a sua licenciatura envolveu-se ativamente nos movimentos estudantis contra as propinas e participou na refundação do núcleo de estudantes, do qual foi vice-presidente. O título da sua tese de doutoramento foi “A natureza farta de nós? Saúde, ambiente e novas formas de cidadania” concluindo assim, em 2009, o seu percurso académico, na Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra, sob orientação de João Arriscado Nunes.
A publicação de vários artigos científicos, tanto a nível nacionais como internacionais, sobre relações ambientais e de saúde, ciência e conhecimentos e democracia e cidadania, gerou-se aquando do seu papel de investigadora. Colaborando enquanto professora em vários cursos de formação e programas de pós-graduação, realizou investigações científicas nas áreas da saúde ambiental, sociologia da ciência, sociologia da saúde e sociologia política.
Em 2004 aderiu ao Bloco de Esquerda onde se destaca por ser ativista dos Direitos Humanos e por ter uma forte presença em movimentos cívicos ligados à cultura, ambiente e direitos sexuais. Marisa debateu-se contra a coincineração em Souselas e foi mandatária nacional do “Movimento Cidadania e Responsabilidade pelo Sim”, para um referendo nacional pela despenalização do aborto.
Em 2005 dirigiu a lista do Bloco de Esquerda às eleições autárquicas desse ano, como cabeça de lista pela cidade de Coimbra. Em 2009 foi eleita deputada ao Parlamento Europeu pelo Bloco de Esquerda, numa lista encabeçada por Miguel Portas. Até hoje, Marisa, cumpre o seu papel de eurodeputada.
A 7 de novembro de 2015, apresenta oficialmente a sua primeira candidatura à Presidência da República, propondo-se a pôr termo a uma política de continuidade e a defender Portugal e a dignidade do seu povo. A 24 de janeiro do ano seguinte, tornou-se a mulher mais votada na história da democracia em eleições presidenciais, atingindo 10,12%, com 469.814 votos.
A 9 de setembro de 2020 junta-se a dezenas de profissionais, no Largo do Carmo, da primeira linha do combate à pandemia e prestação de serviços essenciais para anunciar a sua segunda candidatura às eleições presidenciais, realizadas no dia 24 de janeiro de 2021.
Na sua primeira candidatura às presidenciais, a candidata pelo BE afirmou em direto, no canal televisivo SIC, que “o tratado orçamental não é compatível com o que está consagrado na Constituição”. Defendia que existiam caminhos intermédios de modo a assegurar os direitos, liberdades e garantias dos cidadãos. Em 2015, Marisa deixou claro que o principal objetivo da candidatura a Belém era impedir a vitória de Marcelo Rebelo de Sousa logo à primeira volta.
Após 4 anos dessa afirmação, Marisa Matias pretende vencer a coordenação do país de forma a salvar a saúde e a romper com os privilégios. Apresenta assim uma proposta de “defesa dos serviços públicos, de uma luta clara e estratégica contra a precariedade e de uma luta pela igualdade em todos os seus sentidos plenos”, onde estão fortemente presentes a igualdade de género, as questões relacionadas com minorias, racismo e discriminação, não esquecendo também a transição ecológica.
“Um presidente da República tem o dever de proteger a Constituição e, de facto, eu acredito que nenhum presidente protege a Constituição quando dá posse a um Governo” do qual faz parte “um partido de extrema-direita”, disse à estação pública de televisão, RTP, afirmando que não se identifica com o líder do CHEGA, tendo como grande objetivo vencê-lo.
Atualmente, cumpre o terceiro mandato como eurodeputada pelo Bloco de Esquerda e é candidata às presidenciais de 2021.
Maria Faria