Nos últimos anos a taxa de desemprego desceu para níveis consideráveis. O ano passado finalizámos com uma taxa percentual exímia de 6,5%, obtendo uma diminuição de 0,5 pontos percentuais face a 2018. No entanto, com a chegada da pandemia motivada pelo coronavírus surgiram grandes oscilações na economia. A questão aqui é: quanto mais tempo vai o governo suportar a grande crise económica que se avizinha?
É bastante óbvio que a longo prazo estaremos perante não um, mas dois problemas para resolver. A economia tem sido posta em segundo plano e o declínio acentuado da atividade económica começa-se a fazer sentir, mais a uns do que a outros, é certo. O turismo é certamente o setor mais afetado, desde restaurantes, hotéis, museus, entre outros sofre uma grande contração de lucros. Comércio é outro setor que viu os números a despencarem. Antagonicamente, o setor alimentar foi o mais favorecido, nomeadamente os supermercados que apresentaram um crescimento considerável, o que já era expectável tendo em conta ao período de confinamento que tivemos a infelicidade de experienciar.
O desespero das médias baixas empresas faz de certo modo, com que as medidas de prevenção não sejam aplicadas com rigor. Falta de civismo por parte da população é sem dúvida o principal fator, visto que se cada um tivesse consciência de que pequenos atos de desobediência face às medidas impostas pelo Estado têm consequências, não só a nível pessoal, mas também global; esta pandemia estaria visivelmente mais controlada.
António Costa, com o seu discurso porvindouro, afirma que a chegada da pandemia “é uma oportunidade de ouro para potenciar a capacidade produtiva do país e alinhá-la com as tendências mais significativas da economia do futuro”. Afirmação antecedida pelas ideias defendidas num documento que auxilia as medidas de prevenção, entre as quais: aposta numa rede de transportes, reforço social, inovação da indústria, apoio à cultura, turismo, comércio entre outras propostas.
A Assembleia da República, como representa uma figura notável e de respeito, na minha ótica, devia começar por dar o exemplo e pôr em prática as novas regras do distanciamento social. Não faz sentido nenhum manter tanta gente ao mesmo tempo no plenário.
Rui Rio, presidente do PSD, critica o aumento do SMN (Salário Mínimo Nacional) porque se está a nivelar ao salário médio, mas a culpa é do SMN ou simplesmente das empresas privadas que não aumentam o salário médio dos trabalhadores e quando o fazem, é porque se sentem pressionadas pelo SMN a fazê-lo?
Também a promessa de Rui Rio de reduzir o IRS, mas sobretudo o IRC, é fundamental para dinamizar a economia. Ideia que já estava em cima da mesa com o PS pelo anterior governo, e que o PS, dando o dito por não dito, ignorou.
Perante tantas promessas, tantas propostas, tantos ideais venturos, será o Governo capaz de evitar a recessão económica? Será o desemprego uma realidade mais iminente de sobrevir?
Espero sinceramente que não, mas os portugueses que se preparem para esta onda de instabilidade económica que aos poucos vai ameaçando a qualidade de vida da população.
Cláudia Araújo