A minha recomendação de hoje é um dos melhores projetos dos irmãos Coen, diretores de grandes êxitos como “No country for old men” e “Fargo”. Para as pessoas que estão em quarentena, sugiro-vos “The Big Lebowski”.
“The Big Lebowski” centra-se à volta do protagonista Jeffrey Lebowski, mais conhecido por “Dude”. Este é um homem desempregado que passa os dias a fumar uma boa quantidade de erva medicinal, a beber White Russians e a jogar bowling com os seus amigos Walter e Donny. A narrativa inicia-se com dois homens a entrar em casa do Dude, o que resulta em ameaças e uma carpete urinada. Um claro presságio de que as coisas só podem piorar. Ao longo do filme, vê-se envolvido num rapto, perde um montante exorbitante de dinheiro, é perseguido por niilistas alemãs e ainda se vê cercado de pessoas importantes no ramo da pornografia. Este pequeno resumo parece-me o suficiente para despertar a vossa curiosidade, não? O filme é, sem dúvida, um clássico que toda a gente deve ver. Não só aqueles que se intitulam de amantes do Cinema, mas todos os comuns mortais.
“The Big Lebowski” é um projeto que, à superfície é só o que ele nos mostra, no entanto, existem alguns pontos e mensagens que devem ser analisados. O filme tenta mostrar-nos que, no fundo, nada interessa. Dude não mudou e tudo o que aconteceu não teve qualquer impacto na vida das personagens, que continuaram a vida tal como ela era no início da comédia. É esta noção de que nada interessa que torna a história tão única. Ao contrário de outros filmes em que no final existe uma luta pelo bem do planeta, uma grande revelação ou uma drástica mudança, “The Big Lewboski” é apenas um curto período de tempo da vida do protagonista.
A personagem, Dude, deixa-se levar por tudo o que acontece à sua volta. Transmite-nos sempre a ideia de que deixarmo-nos levar e aproveitar o momento pode ser melhor do que planear insistentemente.
Esta é a razão por que quis recomendar “The Big Lewboski” em tempos tão difíceis. O protagonista só ambiciona resguardar a sua paz. Reforça constantemente a ideia de que o melhor a fazer é mantermos a calma, ficarmos em casa relaxados e esperar que tudo se resolva. Uma sugestão que dava bastante jeito ser usada agora.
E quando isto tudo passar, vamos perceber que o final do filme foi só uma experiência pela qual fomos obrigados a passar. A nossa vida vai continuar quase como se nada tivesse acontecido. Recomendo que vejam o filme e fico com a esperança que aprendam algo com a filosofia de Dude.
Rui Pinto