Na passada quinta feira, dia 6 de fevereiro, foi aprovado mais um Orçamento de Estado que deu origem a um novo confronto governamental da esquerda partidária contra a direita correligionária. Apesar do veto favor a aprovação deste novo OE, apenas o PS votou a favor, o que demonstra o estado da indústria política por estas bandas. Uns “cospem no prato onde comem”, outros arremesam esses mesmos pratos, e os restantes limitam-se a apanhá-los.
Este orçamento focou-se bastante na educação, seja ela primária, básica, secundária ou superior e nos mais variados aspetos, como propinas, alojamento e livros escolares. No entanto, houve um tema que me captou a atenção. Nada mais, nada menos que uma nova aposta na coletivização do ensino. Sim, senhor burguês, porque caso vossa excelência não saiba, nós, meros contribuintes, não somos obrigados a pagar os seus luxos! Esse dinheiro, que sua prezada excelência quer ver investido na individualização, consegue que haja um decréscimo nas propinas e uma nova aposta na habitação jovem, quer para aqueles que estudam fora da sua área de residência e que necessitam de um local para residir, quer para jovens trabalhadores que iniciam uma vida sozinhos.
Para além do foco estudantil, houve também uma especial atenção aos jovens trabalhadores que iniciam agora uma nova etapa da sua vida, a entrada no mercado de trabalho. Como qualquer pessoa, ninguém nasce ensinado, nem com as bases e os apoios necessários para conseguir ter uma vida estável num período inicial. Visando este aspeto, foram implementadas medidas, como a redução da tributação, de forma a ajudar novos projetos e novas ambições, projetando um melhor futuro às gerações seguintes.
Apesar de toda esta “ação”, a direita partidária opôs-se a várias destas medidas, com uma visão anti futurista. Olhando apenas para uma visão individual sem visar o coletivo, destaca-se o típico “olhar para o seu umbigo” a que o PSD e companhia já nos têm vindo a habituar.
Uma das ações mais caricatas trata-se de uma medida do PCP na qual se propôs o decréscimo do IVA da eletricidade e do gás. O deputado do PSD, Duarte Pacheco, refere, neste âmbito, a sua preocupação com as camadas populares. Mas, a certa altura, mudaram a opinião como quem se lembra de “coisa e tal, foram os comunas que propuseram isto, CHUMBADO!“, fazendo jus à incoerência deste mesmo partido.
Tudo isto culmina em, nada mais nada menos, do que na chacota política a que costumam apelidar de Portugal. Olha-se a meninos sem se olhar a medidas, fica-se pela conversa e a realização deixa-se para o próximo mandato.
Filipe Reis