Joaquim Fidalgo na UTAD

Joaquim Fidalgo na UTAD

Um dos fundadores do “Público” na universidade transmontana.

Embora um pouco despercebido, o dia de ontem, 11 de dezembro, foi marcado pela presença de Joaquim Fidalgo, um dos fundadores do jornal “Público”, na Universidade de Trás-Os-Montes e Alto Douro, numa palestra a alguns alunos de diversos cursos da Escola de Ciências Humanas e Sociais.

Joaquim Fidalgo nasceu em 1954 na cidade de Vila Nova de Gaia e é formado em Filologia Germânica pela Universidade do Porto. Para além de ser um jornalista de renome, é professor na Universidade do Minho, onde leciona jornalismo. É investigador no Centro de Estudos de Comunicação e Sociedade e terminou o seu doutoramento em 2007 com a tese sobre a identidade dos jornalistas, a ética e a auto-regulação. No entanto, antes da sua licenciatura, já explorava o ramo jornalístico e, entre 1980 e 1999, foi jornalista e trabalhou em jornais como o “Jornal de Notícias”, o “Expresso” e o “Público”.

“Ser jornalista é estar sempre a selecionar” afirma Joaquim numa conversa com os alunos. Entre a análise de estatísticas e gráficos, o professor apresentou vários conteúdos, fez perguntas aos presentes e deixou-se ser interrogado pelos mesmos, numa palestra que imediatamente se tornou numa aula interativa. Assim, manteve os alunos interessados do início ao fim, devido à forma como se dispôs e se exprimiu perante um auditório repleto de alunos. Numa fase final, e devido ao seu alongamento em temas controversos da atualidade como o uso da Internet e redes sociais, Joaquim foi questionado com perguntas feitas por alunos, com a finalidade de o deixar “desconfortável” ou sem resposta. Contudo, o professor manteve-se sempre fiel aos seus valores, nunca perdendo a sua essência de jornalista, surpreendendo alguns que não esperavam tanta serenidade e certeza nas respostas.

Um início de tarde que poderia ser exaustivo para alguns, rapidamente passou a ser um diálogo animado que deixou os espectadores a desejar mais, pois Joaquim despertara um certo interesse nos ouvintes, até mesmo naqueles que não estudam jornalismo, provando que “todos têm direito à informação” e, deste modo, que “o jornalismo nunca vai acabar”.

Beatriz Lira

Fotografia: O Torgador (Francisca Coelho)