Quinta feira, para uns é um dia normal, para outros é dia de Liga Europa. Jogar à terça seria certamente mais agradável – dia de jogo para a Liga dos Campeões –, mas a vida é mesmo assim. Às vezes temos de aprender que não podemos ter sempre aquilo que desejamos e que, se a vida nos dá limões e nos permite jogar na Champions League, também nos dá um Rui Vitória, que vai espremê-lo para os nossos olhos.
Depois de um primeiro jogo atípico na Turquia, contra o Galatasaray, onde 6 jogadores da formação das águias constavam no 11 titular, com uma renovação quase total da defesa e meio campo, o Benfica saiu vitorioso. Entretanto já jogou na Vila das Aves, onde conseguiu um resultado confortável e convincente, marcando 3 golos, não sofrendo nenhum.
Bruno Lage tem tentado gerir o plantel da melhor forma, devido a jogos de 3 em 3 dias, rodando jogadores de forma a conseguir sempre o melhor rendimento da equipa. Contra o Galatasaray, na segunda mão dos 16 avos de final da Liga Europa, não foi diferente. No entanto, o 11 inicial não se apresentou tão ousado ou chocante como na primeira mão. Escolheu para o setor defensivo os 4 melhores elementos que tinha disponíveis, André Almeida, Rúben Dias, Francisco Ferreira e Alejandro Grimaldo. Para o meio campo lançou, novamente, a dupla formada por Gedson Fernandes e Florentino Luís, acompanhados por Pizzi e Cervi. Na frente, os atacantes prediletos do treinador, João Félix e Seferovic, que conseguem ofuscar a ausência do Jonas. Do Jonas! Quem diria que isto algum dia iria acontecer?
No dia 22 de fevereiro, no Estádio da Luz, o Galatasaray apareceu mais consistente e com mais garra do que pudemos ver em Istambul. A equipa da casa apresentou-se confiante e jogou com o resultado da primeira mão. No entanto, a confiança em demasia fez os jogadores das águias perderem por algumas vezes a bola em zonas proibidas. Ficaram 2 penáltis por assinalar para a equipa da casa e a expulsão de Marcão por concretizar. A equipa turca foi mais “agressiva” na disputa dos lances, embora os jogadores da equipa portuguesa tenham feito, por diversas vezes, as tão conhecidas “falta estúpida, para que é que fizeste isso?”. Num jogo com ausência de golos, o Galatasaray acabou por assumir, a certa altura, o controlo do jogo, mas o Benfica foi superior e conseguiu marcar presença nos oitavos de final da Liga Europa.
Convém salientar que o João Félix e o Seferovic, embora agradem pelos muitos golos já marcados desde a chegada de Bruno Lage, começam a acusar o cansaço de quem está sempre presente no 11 inicial. Por sua vez, o André Almeida continua com a ideia de que tem os pés do Grimaldo e a cara do Samaris. A tentativa de sair com a bola, fazendo uns truques e baralhando os adversários, seria apreciada e louvada se tivesse um final feliz. Por enquanto, na maioria das vezes, acaba com a bola perdida no nosso meio campo e com o Odisseas a agarrar a bola, depois de uma jogada perigosa do adversário. São situações impróprias para cardíacos.
Daqui a 3 dias, dia 25 de fevereiro, o Sport Lisboa e Benfica volta a jogar. De volta ao Estádio da Luz em que, para o campeonato, se assistiu, pela última vez, a um 10-0 frente ao Nacional, os adeptos estão expectantes para saber qual será o resultado contra o GD Chaves, que, certamente, não facilitará a vida às águias.
Maria Lopes
