A “JUNGLE” É VERMELHA E BRANCA

Caros leitores, esta crónica foi redigida no dia seguinte ao massacre ocorrido em Alvalade, levado a cabo por Bruno Lage e sua equipa. Justifico, assim, e desde já, qualquer sinal de euforia demasiada ou de certa fanfarronice típica de um adepto de futebol que acabou de ganhar ao rival na sua própria casa.

Primeiramente falemos da exibição deste meu clube que entrou seguro e dominou o Sporting, como já não o víamos fazer há algum tempo. Depois temos de dispensar uma palavrinha a João Félix, que é a cara de um novo ataque aos leões. Desta vez em Alvalade, e não em Alcochete, o trauma causado é pior e abrange mais sportinguistas! Por fim há que dar uma palmadinha nas costas de todos os amigos leoninos que tenho no Facebook, que falavam de boca cheia antes do jogo e que ficaram sem internet no final. Uma cabeça inchada acontece a todos de vez em quando. Lidem com isso.

O Sport Lisboa e Benfica chegou a Alvalade no passado dia 3 de fevereiro com vontade de agarrar os três pontos. Em causa estava a corrida pelo 1.º lugar no campeonato e ambas as equipas tinham noção disso. Pelo menos foi o que eu pensei até começar a ver o jogo. Apesar do Sporting ter tentado criar um ambiente intimidante, com uma tarja onde se podia ler “Welcome to the Jungle”, nem os adeptos nem os jogadores do Benfica ficaram minimamente amedrontados. No campo, a equipa da Luz, não deixava respirar os leoninos e na bancada os adeptos cantavam a plenos pulmões. Foi um derby diferente do que estamos acostumados e certamente ouviríamos chamar o nosso adversário de Benfica B se o Sporting em questão não fosse o da capital. Mas já todos sabemos quem seriam os campeões se houvesse um campeonato da hipocrisia e falta de noção.

Se me dissessem há uns tempos que dominaríamos o Sporting, em Alvalade, com André Almeida, Samaris e Seferovic em campo, duvidaria. Se me explicassem que eu começaria a querer beijar os pés do avançado suíço, ridicularizaria a situação. Mas Bruno Lage, como o Deus que é, já nos proporcionou milagres maiores que esses, como quando fez o manco andar (desculpa Seferovic), e só lhe falta fazer o cego ver – olá Fábio Veríssimo, as férias vão boas? Ninguém se esqueceu de ti, amigo.

Foi um jogo extremamente interessante, com nove golos marcados (três dos quais anulados) em que o SL Benfica demonstrou que Lisboa é, e será sempre, vermelha e branca. Vimos um Gabriel dono do meio campo, um Pizzi a defender, João Félix, que por sua vez, foi um verdadeiro agricultor, plantando um número simpático de melões por Portugal fora. Mas a verdade é que o fator que mais me causa estranheza neste jogo nem é ter acabado com dez jogadores em campo, é não ter sido o Samaris a ser expulso!

Depois de meses e meses de Rui Vitória, de exibições aterradoras e derrotas impensáveis, podemos voltar a sorrir porque temos de volta o nosso Benfica.

Que sejas campeão.

Maria Lopes