De 21 a 24 de março, o RIOS – Festival Internacional de Cinema Documental e Transmedia esteve em Vila real, numa organização da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) com o apoio do Grupo de Missão de Cultura e das Escolas de Ciência e Tecnologia e Ciências Humanas e Sociais da UTAD, da Associação Cultural Zona Livre, entre outros patrocinadores. Este ano, o protagonista do festival foi o Rio Mondego que teve a colaboração do Centro Portugal Film Commission.
Anabela Branco de Oliveira, docente da UTAD e responsável pela organização do RIOS, informou que, para esta edição, foram recebidos, através das plataformas Film Freeway e Festhome, cerca de 104 curtas e longas-metragens vindas de 21 países diferentes, nomeadamente de Portugal, Espanha, França, Itália, Reino Unido, Alemanha, Bulgária, Hungria, Polónia, Rússia, Brasil, Chile, Estados Unidos, Canadá, Argentina, Peru, Uruguai, Egito, Irão, Índia e Austrália. Destes, foram selecionados 24 filmes (curtas e longas) para serem mostrados ao público e, participarem na competição Documental Universitário, foram ainda selecionados 16 filmes de estudantes de Comunicação e Multimédia e Ciências da Comunicação.
Foi constituído um júri internacional para avaliar os filmes a concurso, que mantém alguns dos membros das edições anteriores como António Costa Valente, Manuel Fernando Costa e Silva e Rita Capucho. Reza Hajipour (diretor do Arroios Film Festival), João Antunes (jornalista e crítico cinematográfico), Latifa Said (realizadora francesa) e Francis Brosseron (professor e ativista) são as novidades no grupo de jurados deste ano. Para a competição Documental Universitário, os elementos do júri são Marta Torres e Claudio Regengo, antigos estudantes da UTAD e profissionais da área audiovisual, e Jorge Lestre, autor do blogue Cineaddiction.
Durante três dias, a UTAD e a Associação Cultural Zona Livre foram o palco de um festival de cinema gratuito e aberto ao público onde, além da exibição de filmes, foram realizados workshops, dinamizados pelos premiados da edição anterior, Alfonso Palazón, Miguel Lopez Beraza, David Vasquez e Latifa Said. As sessões competitivas (à tarde) e as sessões especiais (à noite) decorreram no auditório e espaços adjacentes da Associação Cultural Zona Livre. Também no âmbito de uma parceria com a Universidad Rey Juan Carlos, foi apresentado o projeto internacional documental, amplamente premiado, “Hacia una primavera rosa”.
Vila Real foi, durante o festival, um ponto de encontro cinematográfico internacional que permitiu a exploração da região e a gestação de novos projetos e de novas criações estéticas. O RIOS, define-se como uma plataforma de atividade para a criação e promoção de projetos de autor no âmbito do cinema e audiovisual independentes e pretende explorar e divulgar as potencialidades estéticas ligadas ao rio, tornando-o num espaço privilegiado de criação cinematográfica no âmbito documental.
Mónica Oliveira
Fotografia: O Torgador (Bruna Martins)