Nascido há mais de 100 anos, o Club de Vila Real tornou-se num imponente e destacado espaço cultural da região. A sua atividade atinge o auge nos últimos seis anos, distinguindo-se como “a casa de Portugal com mais concertos”. Foram 571 as personalidades da música alternativa que atuaram neste edifício centenário, como garantiu o programador cultural.
No entanto, em setembro do último ano, o clube viu-se obrigado a fechar portas. A falta de interesse por parte da autarquia, a consequente inexistência de apoios e a falta de atenção dos media foram fatores que em muito contribuíram para a sua decadência.
Depois deste período menos próspero que pôs em risco a sua continuidade e desenvolvimento, o Club de Vila Real está agora em fase de renovação, com uma nova direção, e as portas continuam abertas graças à devoção e prontidão de um grupo de sócios que, acreditando no seu potencial, se esforçou por erguer este importante centro cultural, como o reconhecem igualmente os próprios artistas que por lá passaram.
A associação é agora considerada uma entidade de “interesse histórico e cultural ou social local”, como reconheceu a Câmara de Vila Real, o que motiva a direção à realização de projetos, além dos habituais concertos noturnos, maioritariamente de música alternativa. A par das exposições e workshops, é também da vontade da direção a realização de noites de fados, numa perspetiva de unir gerações. O espaço de lazer e convívio é mantido para aqueles que consideram o clube uma segunda casa, uma vez que lá passaram muito tempo da sua vida, daí o seu apreço pelo mesmo, o que explica o seu valor histórico e social local.
Situado na Avenida Carvalho Araújo, no centro da cidade vila-realense, o clube encontra-se aberto, para já, das 21h30 às 2h, de segunda a sábado. Entre abril e maio já deverão ser postas em prática as atividades diurnas, ambicionadas pela nova direção.
Hugo Garrido
Fotografia: O Torgador (Hugo Garrido)