Sons a Norte alegra através da melancolia

Sons a Norte alegra através da melancolia

Organizado pela associação cultural vilarrealense Cultura a Dentro, o Sons a Norte Festival levou três concertos com duplas regionais ao Teatro Municipal de Vila Real na passada noite de quarta-feira, dia 13 de novembro.

A presidente da associação Cultura a Dentro, Sofia Macedo, explica que o Sons a Norte são “sessões musicais no norte do país com artistas regionais”, tendo o festival o intuito de “juntar três sessões numa só e dois artistas diferentes no palco”.

Com início às 21 horas no Pequeno Auditório, o primeiro de dois concertos na sala arrancou com Bruno Mazeda e Daniel Fernandes. Os artistas naturais do distrito de Bragança trouxeram um concerto maioritariamente acústico, tocando guitarras acústicas, contrabaixo, pandeireta no pé e outros instrumentos conforme as necessidades de cada canção – inclusive um baixo. Abrindo com uma demonstração puramente instrumental, a voz de Daniel integrou o repertório a partir da segunda canção, com Mazeda na ocasional voz de fundo e harmonização.

“Este projeto é especial, nunca tínhamos feito nada juntos mas trabalhar com o Bruno [Mazeda] é muito bom”, afirmou Daniel durante a atuação. Este concerto durou cerca de 50 minutos, tendo sido tocadas covers de canções conhecidas, tais como All I Want dos Kodaline e Fields of Gold do Sting.

A partir das 22 horas, entraram em palco Bié e Carlos Sanches, dois músicos naturais do distrito de Vila Real. Munidos, respetivamente, de uma guitarra elétrica e de uma acústica, esta atuação contou exclusivamente com originais em português dos artistas. Em declarações ao Torgador, Carlos Sanches afirma que “pisar o palco do Teatro sabe muito bem”, sendo a primeira vez que atua no local. Por outro lado, Bié já atuou várias vezes nestes palcos e elogia os funcionários e o próprio Teatro: “é confortável”.

Além deste concerto, ambos os artistas encontram-se atualmente a trabalhar nos respetivos álbuns. Bié, que canta tanto em inglês como em português, avança que o álbum se chamará Enigma, “terá temas nas duas línguas e o nome deve-se a ser uma palavra igual nas duas línguas que faz sentido escolher” perante as 10 canções que deverão ser lançadas na segunda metade de 2025. Carlos Sanches aponta também para as 10 canções mas com o lançamento a sair na primavera do próximo ano para coincidir com o “intimismo do álbum”, já que “fala sobre jardins”.

Findos os concertos, a terceira e última atuação da noite foi um DJ Set no Café-Concerto Maus Hábitos com a participação de Anta e Mazeda.

No rescaldo do evento, Sofia Macedo admite que o evento “correu melhor que o esperado” graças à adesão do povo de Vila Real, proporcionando um auditório cheio. Espera poder realizar uma próxima edição e agradece o apoio prestado pela Câmara Municipal de Vila Real, pelo Teatro e pelo IPDJ, sem os quais “não seria possível realizar este projeto”.

A opinião do público foi positiva. Francisco Gonçalves, natural de Vila Real, defende que “é uma forma de trazer malta ao Teatro e de conhecer outros artistas, é uma experiência positiva”. Outro membro da plateia, Mariana Cruz, afirma que “ficou ansiosa” por ver Bié novamente e por “voltar ao Teatro mais vezes”.

As agendas do Teatro e da Cultura a Dentro poderão ser consultadas nos respetivos websites ou através das redes sociais.

Joaquim Duarte

Beatriz Costa