No próximo dia 3 de outubro, começa a 19ª edição do Festival Internacional Douro Jazz. No Teatro Municipal de Vila Real, entre os dias 3 e 18 de outubro, o jazz assume o papel principal com sete atuações, nacionais e internacionais.
O festival Douro Jazz aconteceu, pela primeira vez, em 2005, com o objetivo de comemorar o Dia Mundial da Música, a par com a época de vindimas. Este ano, na sua 19ª edição, traz a Vila Real o jazz português, norte-americano e argentino.
Maria João & Carlos Bica Quarteto – 3 de outubro
No próximo dia 3 de outubro, quinta-feira, Maria João & Carlos Bica Quarteto apresentam-se no Grande Auditório do Teatro Municipal de Vila Real, na abertura do programa de 2024 do Douro Jazz.
Maria João e Carlos Bica representam nomes incontornáveis, quando se fala de jazz nacional. Os seus caminhos cruzaram-se, pela primeira vez, nos anos 80, originando os discos “Conversa” (1986) e “Sol” (1991). Depois de uma década a tocarem juntos, os seus caminhos acabaram por se separar. Voltaram a trabalhar em conjunto com o disco “Close to you”, lançado em 2023, que conta com músicas originais e rendições de clássicos de outros artistas.
O concerto conta com Maria João, na voz; Carlos Bica, no contrabaixo; João Farinha, no piano; e Gonçalo Neto, na guitarra. Os bilhetes podem ser adquiridos aqui.
Orquestra de Jazz de Matosinhos & João Paulo Esteves da Silva – 4 de outubro
Na próxima sexta-feira, dia 4 de outubro, o jazz mostra-se com mais uma colaboração: a Orquestra de Jazz de Matosinhos une-se com João Paulo Esteves da Silva, para a apresentação do disco, lançado em 2013, “Bela Senão Sem”.
A colaboração entre a orquestra e o pianista data para um concerto em 2011, à encomenda da Casa da Música. No ano seguinte, em 2012, o projeto participou no Festival Guimarães Jazz que se associou à editora Tone Of A Pitch para a gravação do álbum “Bela Senão Sem” (2013). O álbum acabou por ser readaptado em 2020.
O concerto começa pelas 21h30, no Grande Auditório do Teatro de Vila Real. Os bilhetes custam sete euros.
Demian Cabaud – 9 de outubro
No dia 9 de outubro, Demian Cabaud atua em Vila Real para apresentar o seu novo trabalho “Arbol Adentro”.
O contrabaixista e compositor argentino decidiu vir para Portugal em 2003 e, desde então, é por cá que tem feito a sua carreira. “Arbol Adentro” é uma experiência musical inspirada num poema de Octavio Paz, de mesmo nome, e transita entre o folclore argentino e sonoridades abstratas e com movimento.
O concerto é apoiado pela Associação Porta-Jazz, que carimbou o álbum a apresentar, em 2023. Os bilhetes podem ser adquiridos aqui.
Luís Ribeiro – 10 de outubro
No dia 10 de outubro, o Douro Jazz leva os amantes deste estilo musical até ao Café-Concerto Maus Hábitos, em Vila Real, para o concerto de Luís Ribeiro, guitarrista e compositor português.
O músico apresenta o seu álbum de estreia, “A Invenção da Ficção”, editado pelo Carimbo Porta-Jazz, em 2023. Luís Ribeiro já tem uma vasta experiência como músico, no entanto, neste trabalho, releva a sua faceta com compositor. O projeto reúne músicos conhecidos na comunidade portuense, a resultar num trabalho coeso e que visa contar histórias.
O sexteto é composto por Luís Ribeiro, Hugo Ciríaco, Rui Teixeira, Joaquim Rodrigues, Miguel Ângelo e Mário Costa. O concerto começa pelas 23h, no Café-Concerto, com entrada gratuita.
Mané Fernandes – 11 de outubro
No dia 11 de outubro, o jazz junta-se com a dança, na iniciativa de Mané Fernandes, “matriz_motriz”. O projeto, que resulta de uma colaboração com a bailarina e coreógrafa norte-americana Brittanie Brown, apresenta-se no Teatro de Vila Real, pelas 21h30.
O quinto concerto do Douro Jazz traz, a Vila Real, o portuense Mané Fernandes. O seu projeto “matriz_motriz”, lançado em 2023 e editado pelo Carimbo Porta-Jazz, procura transportar a dança para dentro do disco, através do ritmo e do groove, inerentes ao trabalho do compositor.
Além de Mané Fernandes e Brittanie Brown, em palco estarão as cantoras Mariana Dionísio, Vera Morais e Sofia Sá e o pianista João Grilo. Os bilhetes podem ser adquiridos aqui.
Kurt Rosenwinkel Trio – 12 de outubro
“Legitimamente celebrado por ser um inovador da nova música do século XXI”, Kurt Rosenwinkel apresenta-se no Teatro Municipal de Vila Real, no próximo dia 12 de outubro. O trio do músico norte-americano é completado por Dario Deidda e Joost van Schaik.
Ex-sideman das bandas de Gary Burton e Joe Henderson, ex-membro da Electric Bebop Band, de Paul Motian, bem como atual membro do Brian Blade Fellowship e co-leader do Human Feel, produtor de “The Growing Season” de Rebecca Martin e coautor e sideman da banda ao vivo e das gravações da lenda do hip-hop Q-Tip: o currículo de Kurt Rosenwinkel mostra-se vasto e o norte-americano prepara-se para adicionar a participação no Douro Jazz aos feitos da sua carreira.
“Standards Trio: Reflections”, trabalho mais mediático do artista, traz, num trabalho íntimo em trio, um tom quente e acolhedor no panorama jazz. Para vários críticos, “Standards Trio: Reflections” pode ser considerado um disco “cinco estrelas”.
O concerto começa pelas 21h30, do dia 12 de outubro, no Grande Auditório do Teatro de Vila Real. Os bilhetes custam 7 euros.
Orquestra de Jazz do Douro com Maria João – 18 de outubro
Numa iniciativa do Teatro Municipal de Vila Real, Maria João foi convidada a colaborar com a Orquestra de Jazz do Douro, num concerto que acontece no dia 18 de outubro.
A voz que abre o Douro Jazz, ao lado de Carlos Bica, fecha-o, acompanhada pela Orquestra de Jazz do Douro. Maria João representa uma das grandes vozes do jazz português, o que lhe valeu uma nomeação para o European Jazz Prize. Faz-se acompanhar, no último dia do Douro Jazz, da Orquestra de Jazz do Douro, uma das principais referências das orquestras nacionais, com um repertório de colaborações que conta com nomes como Luísa Sobral, Cristina Branco e Elas e o Jazz.
O concerto começa pelas 21h30, no Grande Auditório do Teatro Municipal de Vila Real. Os bilhetes estão disponíveis na Ticketline.
O Douro Jazz arranca, já neste dia 3 de outubro, a sua 19ª edição, prova de que, em Portugal, o jazz também tem espaço e uma dimensão cultural relevante e histórica.
Diogo Linhares
© Teatro Municipal de Vila Real