Sem pedir autorização, consciente da negação, instalou-se em mim. Não é má, não é
boa. É precisa. Quando controlada, é uma mais valia. Denomina-se por ansiedade.
Crescemos, mais cedo ou mais tarde, a inocência dá lugar à conscientização do que
pretendemos fazer com a nossa vida, a tranquilidade vê-se obrigada a partilhar o seu
lugar com a emoção em questão. Tudo isto porque passamos a ter, pelo menos, um
propósito e não suportamos a possibilidade de o não conseguir concretizar.
Muitas são as situações que me deixam ansiosa. No entanto, sou confrontada por uma
ansiedade que me incita a fazer seja o que for que me tire da zona de conforto. É uma
ansiedade que me faz crescer, que me faz fugir à estagnação. De vez em quando há que
acelerar o coração!
Foram poucos os momentos em que começou a proliferar, queria tornar-se crónica. Mal
sabia ela que eu pratico yoga! Tentar encaixar-me num ambiente nada propício ao meu
bem-estar, viver para o futuro e, portanto, criar expectativas altíssimas acerca de tudo e
de todos, foi o suficiente para ela começar a inchar.
Bastaram meros dias para sinalizar-me acerca do quão má estava a ser para mim própria.
Cada um de nós tem a sua ansiedade, grande ou pequena. Infelizmente, muitas são as
pessoas a deixar a mesma descontrolada. São muitos os seus alertas acerca do quão
frágil está o nosso o corpo, mente, o nosso organismo no geral. Se estes passam-nos ao
lado, revolta-se e torna-se crónica porque mantemo-nos, inconscientes, onde e como
não devemos estar.
Fico-me por aqui porque escrever sobre algo que mal vivenciei é de um tamanho
egoísmo e individualismo.
Inês Carneiro