Apesar das discórdias intensas, o diálogo foi composto. Mariana Mortágua e Rui Rocha têm formas bastante distintas de olhar para as soluções de muitos, senão de todos, os setores: Habitação, Saúde, empresas privadas.
O debate começa com o tema da habitação. Para o líder da Iniciativa Liberal (IL), o “problema” da habitação “não se resolve pôr portugueses contra portugueses” e defende “licenciamento mais rápido” e uma descida de impostos.
O líder liberal considera que a proposta do Bloco, de 25% de nova construção, é uma “proposta de 80 mil casas com 1200 milhões por ano”, 60 mil euros por casa. Na sua opinião, é uma medida “francamente inviável”.
Por sua vez, Mortágua contrapõe dizendo que os preços das casas em Portugal são proibitivos. “Isto é o mercado a funcionar e a IL quer mais do mesmo: mais mercado a funcionar”, diz.
Sobre impostos e crescimento económico, Rui Rocha propõe uma descida no IRC e do IRS, porque a IL é “o partido das pequenas empresas e pequenos negócios”, e remata: “O Bloco de Esquerda fala quatro vezes de crescimento económico, o que tem para o partido crescer?”.
No entanto, Mariana Mortágua não discordou apenas da proposta do IRC, mas também da proposta da “descida de IRS” que a Iniciativa Liberal defende.
“Para além do corte de IRC, a proposta do IRS é inconstitucional, porque elimina a progressividade e custa três mil e quinhentos milhões de euros e Rui Rocha disse que ia buscar a poupanças de papelaria no Estado. Há quatro presidentes de quatro empresas que, em conjunto, ganham oito milhões de euros por ano a quem a IL quer oferecer 2,4 milhões de euros de borla fiscal, não sei se é isto que entende de portugueses de trabalho árduo”, evidenciou Mortágua.
Já no tema Saúde, para a líder bloquista, tanto faz para Rui Rocha ser público ou privado e acusou-o de querer entregar dinheiro ao privado para Portugal ficar com um sistema mais caro como é o alemão e holandês.
Texto: Paula Martins
Imagem: DR