Na abertura dos debates para as legislativas de 10 de março, Rui Rocha presidente da Iniciativa Liberal enfrentou Pedro Nuno Santos, secretário-geral do PS, num debate marcado pelas divergências políticas e de opinião.
Num Inicio de debate muito demarcado pelas eleições nos Açores no passado domingo, ambos os líderes deixaram as decisões do governo regional para as delegações dos partidos do arquipélago, deixando os líderes regionais com total autonomia de decisão e liderança, no sentido da viabilização de um governo possivelmente liderado pela Aliança Democrática (AD) que venceu as eleições.
No campo da economia, Pedro Nuno Santos apressou-se a dizer que as medidas liberais propostas, rondam os 9 mil milhões de quebra na receita do estado português, dirigindo-se assim a Rui Rocha, perguntando, se de facto a IL já tinha feito as contas daquilo que se admitia a propor. Descrevendo as medidas da redução de impostos e aumento dos salários, como “Aventureiras” e “magia fiscal”. O líder da iniciativa liberal acabou por responder ao adversário com um número bastante mais baixo no que conta à quebra da receita nacional e apelidou de “Aventureiro é quem insiste em soluções iguais” referindo-se deste modo às propostas do PS, que não deveram ser muito diferentes do que já foi visto. Rui Rocha argumentou ainda com o desemprego jovem que ronda hoje os 23%, sublinhando ainda que grande parte dos jovens portugueses são obrigados a abandonar o país em busca de melhores condições de vida. Rui Rocha pretende facilitar a vida às empresas e acabar com as “taxas e taxinhas”, tornando Portugal um país mais atrativo para investimento nacional e estrangeiro.
“O dinheiro que não está tanto no bolso do estado, passa a estar nos bolsos das pessoas, por isso não desaparece”, justificou assim o líder liberal.
Na saúde, tema que dominou a segunda parte do debate, Rui Rocha e Pedro Nuno Santos voltaram a ter visões bastante opostas do panorama do SNS, com o secretário-geral do PS a admitir que o Serviço Nacional de Saúde tem problemas e que cabe ao estado resolvê-los, “Não se pode desistir do Estado Social”, com uma reforma e novos investimentos, negando assim por completo a possibilidade de avançar com a contratação privada para combater a crise na saúde.
“Querem um rombo nas contas públicas e depois ainda querem passar cheques”, acrescentou o Líder do partido socialista.
Rui Rocha voltou ao ataque, agora com o número de idosos que esperam noites a fio para serem atendidos nas urgências e com as grávidas que vêm os seus serviços fechados quando mais precisam deles. A IL defende assim que o atual modelo de saúde não funciona. Exemplificando com os países de governos liberais, que recorrem à contratação privada e social quando o sistema de saúde do estado não consegue fazer face aos prolemas apresentados.
Já no final do debate, Rui Rocha jogou a seu favor e quando o líder do PS já não tinha tempo para responder, o presidente da IL, acusou Pedro Nuno Santos de uma má gestão enquanto tutelava o ministério das infraestruturas apelidando-o de “incompetente” quando injetou 3,2 mil milhões na TAP, investimento sem retorno aos contribuintes portugueses acusando-o ainda do pouco progresso, que fez no que conta à expansão e inovação da ferrovia.
O debate ocorreu no dia em que foi divulgada uma nova sondagem, realizada pela Universidade Católica para o Público, RTP e Antena 1, que aponta agora a AD como a força mais votada com 32% das intenções de voto, seguida do PS com 28%, em 3º o Chega com 19% e a Iniciativa Liberal em 4º com 6%. O número que mais preocupa o panorama eleitoral nacional, é a percentagem de indecisos que se fixa nos 20%.
Já a CNN Portugal lançou um Pulsómetro que analisa em tempo real, recorrendo a inteligência artificial, as opiniões dos Portugueses de “Quem ganhou o debate?” o projeto inovador está a ser desenvolvido em parceria com a Augusta Labs, registou neste debate uma percentagem de vitória de 37% para Pedro Nuno Santos e de 63% para Rui Rocha, dando uma “vitória” clara ao líder da IL.
Texto: Miguel Almeida
Imagem: DR