O filme The Father foi o último trabalho do realizador Florian Zeller e ganhou duas nomeações, o Óscar de Melhor Ator e o de Melhor Adaptação de uma screenplay, sendo sem dúvida, um filme a não perder.
O papel principal é interpretado por Anthony Hopkins, veterano da sétima arte e que demonstrou, mais uma vez, ser um ator de calibre, graças à sua performance incrível neste último projeto. No entanto, todos os atores tiveram performances dignas de aplausos, sublimes consoante o que era pedido por cada personagem.
A estória de Anthony, um velho pai que só quer viver em paz, e da sua relação com a sua família, é de autenticidade inimaginável, sendo que os temas principais do filme são a velhice e as consequências na mente dos idosos e das pessoas à sua volta. O enredo mostra-nos um velho sorridente, charmoso e cheio de alegria, e de seguida, troca de ritmo e mostra-nos um velho que despreza tudo e todos à sua volta. Esta dualidade humana, tão crua e real, é uma parte essencial do realismo que o filme tenta estabelecer, o público acaba por ter um vislumbre de tudo, do bom, do mau e do horrível.
A mente humana e a sua fragilidade são estudadas e apresentadas ao longo desta experiência, deixando o público interpretar as ações dos personagens, as suas motivações e por fim o seu carácter.
A atmosfera que vai sendo criada no filme é para mim, o seu ponto mais forte, o diretor usa cenários, atores e a própria timeline de eventos, com o intuito de confundir e de desorientar o público de maneira a ilustrar melhor a perspetiva do personagem principal. Assim, são as temáticas e a maneira como as mesmas são abordadas que me fazem recomendar este filme. Este retrato de uma família e da velhice devia ser assistido por todos.
Honestamente, todos temos uma família e todos nós um dia vamos envelhecer. The Father mostra-nos uma das muitas realidades difíceis para muitos idosos e para as suas famílias.
Em conclusão, The Father é um filme com uma carga emocional gigante, capaz de provocar lagrimas através da realidade que nos apresenta quase que sem filtro. Um dos melhores filmes do ano e um futuro clássico.
Rui Pinto