Rui Rio, presidente do PSD, propôs, na passada sexta-feira, o adiamento das eleições autárquicas por 60 dias, em conferência de imprensa no Porto.
O líder do partido defende que o regime temporário e excecional que irão propor para as autárquicas é uma proposta “sensata” que “defende a democracia” neste contexto de pandemia.
Embora o Governo já tenha afirmado por várias vezes que pretende atingir a imunidade de grupo no fim do verão, quando 70% da população estiver vacinada, Rui Rio teme que isso possa não acontecer.
“Estou muito cético que se consiga 7 milhões de pessoas vacinadas em 31 de agosto com as duas doses. Mas vamos admitir que isso se consegue, se o Governo marcar as eleições para 20 e tal de setembro significa que se poderá fazer campanha eleitoral durante cerca de 20 dias. Parece-me manifestamente curto que se tenha apenas 20 dias para se fazer uma campanha eleitoral”, sublinhou.
Questiona-se ainda “como é que, numas eleições autárquicas, se consegue fazer campanha sem poder contactar as pessoas”, reforçando que manter a data serviria apenas “quem está no poder”.
A lei eleitoral para os órgãos autárquicos locais prevê que eleições autárquicas serão marcadas “por decreto do Governo com, pelo menos, 80 dias de antecedência” realizando-se “entre os dias 22 de setembro e 14 de outubro do ano correspondente ao termo do mandato”.
Com a proposta que o PSD apresentou, as eleições deixariam de ser entre 22 de setembro e 14 de outubro, para serem marcadas entre 22 de novembro e 14 de dezembro.
Carlos Cardoso