Nesta sexta-feira ao escurecer, começavam a movimentar-se adeptos em direção ao Estádio da Luz, alguns vestidos de verde mas a maioria, de vermelho e branco. Como era de esperar no “Eterno Dérbi da Capital”, a cidade de Lisboa estava ao rubro, o estádio cheio e os adeptos eufóricos para abrir a 13º jornada da Liga Portugal Betclic.
As “mentes” por detrás de cada equipa, José Mourinho e Rui Borges, não fugiram ao habitual e apostaram nas suas maiores estrelas, confiando-lhes o “poder de decisão” neste grande jogo.
Com a entrada das equipas em campo, surge uma nuvem de fumo vermelho vinda das bancadas da Luz, o árbitro apita para o começo do jogo e sem se deixar assustar o Sporting apresenta-se uma equipa pressionante e agressiva nos primeiros minutos de jogo. Procurava claramente impôr-se no jogo e resultante desta pressão alta, Hjulmand recupera a bola no último terço do campo e assiste Pote que com caminho livre, desvia a bola de Trubin e coloca os Leões em vantagem no marcador (12’).
As águias não pareciam ter recebido as orientações de Mourinho e mostravam-se desnorteados em campo, o Sporting dominava até ao minuto 25, mas os adeptos puxavam pela equipa da casa e os
jogadores começavam a responder em campo. Mais agressivos nos duelos os encarnados, depois de uma jogada bem trabalhada, Dedić surge na profundidade e permite a Sudakov encostar para repor a igualdade (27’). O golo trouxe confiança ao Benfica e com ele ressurgiu no jogo, criou oportunidades, mas sem grande perigo, no resto da primeira parte o equilíbrio instalou-se e nenhumas das equipas voltou a conseguir balançar as redes.
O Benfica começava a crescer no jogo e certamente Rui Borges reuniu-se com os seus jogadores no tempo de intervalo, a pensar na melhor solução para que o Sporting regressasse ao controlo do jogo.
Na segunda parte o Sporting controlou o jogo ao nível de posse de bola, mas não conseguiu criar qualquer perigo à baliza do ucraniano Trubin, em contrário o Benfica ameaça a baliza dos leões com um remate forte que passa ligeiramente por cima da barra (55’), novamente o Benfica a criar perigo e ao minuto 64’, Aursnes recebe a bola à entrada da área e de primeira, obriga Rui Silva a intervir.
Ao minuto 74’, um livre bem trabalhado por parte dos encarnados permite a Rios colocar a bola em frente à baliza para que um dos seus companheiros a desvie para o golo, mas antes surge Luis Suárez em trabalho defensivo e fundamental a impedir que Barreiro se isole.
O jogo não mudou muito mesmo com as alterações promovidas por ambas as equipas, o Sporting tinha a posse de bola e o Benfica procurava em transição rápida atacar e criar perigo perto da baliza adversária, sem sucesso.
O resultado não se alterou, mas momento caricato ao minuto 89’, Prestianni acabado de entrar comete falta que parecia ser vantajosa, já que impediu o contra-ataque do Sporting ao cometer falta sobre Geny Catamo e sairia apenas com o cartão amarelo, até ao momento em que António Nobre é chamado ao monitor e reverte a decisão, expulsando o internacional argentino que esteve em campo apenas 10 minutos. Depois de 7 minutos de compensação sem nenhuma ocasião de grande perigo, o árbitro apita para o fim da partida, empate a uma bola no “Dérbi Eterno”.
O leão ameaçou, a águia respondeu, mas quem pode sair vencedor desta 13º jornada é mesmo o dragão, já que o FC Porto pode ampliar a vantagem pontual na tabela classificativa e em caso de vitória no próximo domingo na deslocação a Tondela pode seguir isolado em 1º lugar a 5 pontos do 2º classificado e 8 pontos do 3º classificado. Assumindo este conjunto de resultados, tanto leões como águias passam a não depender de si para alcançar o 1º lugar, e embora seja um longo caminho para o fim do campeonato, está tudo nas mãos do clube da cidade invicta.
DESTAQUES INDIVIDUAIS
Richard Rios começa a crescer a nível exibicional nos jogos dos encarnados e mostrou mais uma vez a sua grande capacidade de pressão e recuperação de bola, e definição no último terço.
Sudakov para além do golo, mostrou-se mais solto em relação a jogos anteriores, a procurar o duelo individual e procurar assistir os seus companheiros em zonas de perigo.
Já no lado do Sporting destaque para Hjulmand, que mais uma vez mostrou o porquê de ser tão cobiçado pelos grandes da Europa, ao demonstrar uma enorme qualidade na recuperação de bola e no passe, conjunto que resultou na assistência para o golo de Pote, este que demonstrou mais uma vez a sua frieza nos momentos decisivos e capacidade para através dos seus passes desequilibrar a defesa adversária.

Mais uma vez ressaltar o que parece finalmente ser a adaptação do internacional colombiano – que fruto do sorteio que decorreu nesta tarde, pode ser adversário da seleção portuguesa – e finalmente começa a justificar os milhões que saíram dos cofres encarnados, impôs-se de forma rigorosa no meio-campo não permitindo ao seu adversário direto criar algum perigo na área das águias. Fez ainda o passe fabuloso para quebrar a barreira defensiva do Sporting e colocar Dedić em perfeitas condições para assistir Sudakov no golo da equipa da casa.
Texto: Tiago Alves
Imagens: @SlBenfica