Líderes políticos portugueses reagem ao conflito entre Israel e Irão

Líderes políticos portugueses reagem ao conflito entre Israel e Irão

O agravamento do conflito entre Israel e Irão é notório a cada dia que passa, com ataques aéreos de ambas as partes e várias mortes já relatadas. Este conflito tem gerado várias reações no panorama político de Portugal. Todos os partidos demonstram uma preocupação comum: que o conflito escale para um conflito de maiores dimensões no médio oriente.

Nas declarações prestadas após uma reunião do Conselho Europeu, o primeiro-ministro Luís Montenegro salientou uma “condenação firme do ataque iraniano a Israel”, mas também solicitou a todas as partes envolvidas contenção máxima e ainda afirmando o seguinte:” Portugal defende o direito à legítima defesa, mas com proporcionalidade e pleno respeito pelo direito internacional humanitário.”

Numa entrevista para a RTP o Chefe de Estado afirma ainda: “ Temos que modernizar as viaturas pandur com olho em garantir a defesa nacional. E ainda afirma que investir 5% do PIB na defesa é inviável em 5 anos, mas, 2% do PIB até 2029 já será uma proposta mais viável e realista face à atual situação de Portugal.

Esta posição do PM foi reforçada pelo ministro do Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel, onde o próprio afirmou que o ataque foi “um ato que compromete a estabilidade regional”. Assim como Luís Montenegro, reforça que o “direito humanitário tem que ser aplicado a todos sem exceção.” O ministro ainda se mostrou apologista de uma solução mais diplomática, que envolva a criação de dois Estados, para um processo de paz israelo-palestiniano.

Os restantes líderes políticos também prestaram declarações, onde se concluiu, que estes divergem nas críticas e naquelas que consideram ser as suas prioridades.

  • O PS de Pedro Nuno Santos, condenou de imediato o Irão, mas deixou críticas à decisão de escalar os conflitos de Israel. Acredita que proteger as populações civis deve ser o foco principal, e que a solução deverá passar pela diplomacia.
  • Mariana Mortágua pelo BE, direcionou a maioria das suas críticas para Israel. A coordenadora do partido deixou árduas críticas ao Governo Português acusando-o de “ silenciar os crimes cometidos contra civis palestinianos”, apelando sem seguida a um cessar-fogo imediato.
  • “ Cúmplice de escalada militar”, foi assim que o PCP classificou o apoio ocidental a Israel. Paulo Raimundo exigiu ainda o reconhecimento do Estado da Palestina por parte de Portugal.
  • André Ventura defendeu firmemente Israel, defendendo o seu direito de se defender e de responder com força total aos ataques do Irão. O líder do CHEGA fez a leitura do conflito do que considera ser “uma ameaça do extremismo islâmico patrocinado por Teerão.”~

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, até à data não emitiu nenhuma declaração oficial, porém, fontes indicam que Marcelo tem acompanhado tudo com muita preocupação e que esforços diplomáticos da EU são necessários para conter o conflito.

Com um panorama internacional cada vez mais instável Portugal tenta manter uma postura cautelosa e sempre comprometida com a paz.

Texto: Afonso Calvário