O debate entre Pedro Nuno Santos e Paulo Raimundo foi mais divergente do que se podia imaginar. O líder do PS aproveitou para apelar ao voto útil, enquanto o secretário-geral do PCP criticou a postura dos socialistas no último ano.
A nota inicial foi para o falecimento do Papa Francisco. Pedro Nuno afirma que morreu “um homem bom” que marcou o mundo e teve “intervenção política”. O líder do PCP salientou um líder sempre pronto para lidar com “as injustiças” e que sempre lutou “pela paz”.
Na saúde, o líder do PS disse que Luís Montenegro havia prometido uma rápida resposta aos problemas da saúde, o que não sucedeu. Para os socialistas o maior desafio é a fixação de profissionais de saúde. Paulo Raimundo defendeu o fim das PPP’s que considera serem o uso de recursos públicos “para quem faz da doença um negócio”.
De seguida o tema foi a imigração. A relutância passou por questionar os números que vêm sido lançados pela extrema-direita. Pedro Nuno Santos recusou estar a “radicalizar-se” nesta matéria e defendeu que se adapta à realidade. Já Raimundo voltou a frisar a posição do seu partido de ser contra o fim do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF). Ambos defenderam que o país não funciona sem imigrantes e é importante que os mesmos estejam legais.
Nas questões de entendimentos, Pedro Nuno Santos tentou descolar o PS da AD, um exercício que Paulo Raimundo vinha ensaiando nos últimos anos. Os socialistas defendem que o seu voto no orçamento “deu estabilidade ao país”. Paulo Raimundo acusou o PS de ter servido de muleta à governação da direita, salientando todos os votos no último ano, algo que Raimundo “ainda não conseguiu engolir”. O líder da coligação disse que “com o PCP não contam” para prosseguir estas políticas, Pedro Nuno gabou a governação socialista nos 8 anos anteriores, apelando ao voto útil.
Paulo Raimundo recuou aos anos de geringonça para lembrar que o aumento de pensões se deveu à persistência do PCP, enquanto apelou ao “voto útil” na coligação democrática unitária. O PCP colocou-se como o defensor da minoria que quer o desarmamento.
No final do debate, Paulo Raimundo disse que o programa do PS era “poucochinho” e ficava aquém em relação, por exemplo, a Espanha. Pedro Nuno Santos defendeu-se no caso da aquisição das suas casas e referiu que se Luís Montenegro tivesse tido a mesma postura “não estávamos em eleições” antecipadas.
Texto: Tiago Santos