João Cotrim vs André Ventura

João Cotrim vs André Ventura

No dia 19 de dezembro decorreu o 25º debate da corrida à Presidência da República entre João Cotrim de Figueiredo, apoiado pela Iniciativa Liberal, e André Ventura, apoiado pelo Chega, o debate foi marcado por diversas divergências e acusações.

A divulgação da lista com os 22 clientes da empresa familiar do candidato Marques Mendes foi o primeiro tema deste debate, onde Cotrim e Ventura aproximam-se quando afirmam não ter nada a esconder e que sempre defenderam a transparência política. O liberal continua a pressionar Marques Mendes e diz que seria positivo se este revelasse a lista de clientes enquanto advogado, Ventura diz que já pediu a suspensão de mandato e critica João Cotrim de Figueiredo por não o fazer.

Quanto a Lei da Nacionalidade, Cotrim volta a defender as alterações à Lei da Nacionalidade rejeitando as alterações do Código Penal, já André Ventura reafirma que quem comete crimes em Portugal deve ser expulso e perder a nacionalidade, garantindo que não vai abdicar dessa ideia. O candidato apoiado pelo Chega acusa Cotrim de Figueiredo pelas suas posições passadas sobre a Lei da Nacionalidade e afirma não perceber a sua posição.

A nova estratégia dos Estados Unidos e o seu apoio a forças políticas europeias que se opõem a emigração também foi tema neste debate, onde André Ventura quando foi questionado sobre a sua posição voltou a reforçar a necessidade de controlo do fluxo de migrantes, “Não podemos continuar a ter uma Europa a receber gente de todo o lado e a ficarmos a pagar-lhes casa, carro e subsídios” insistiu. Cotrim defende que os países devem contribuir para a renovação da Europa e criticou o adversário por centrar a sua agenda apenas em imigração e corrupção.

Em relação ao aumento da preferência dos eleitores mais jovens por Cotrim de Figueiredo, o candidato apoiado pelos liberais diz que apresenta soluções concretas enquanto Ventura faz apenas “alarido”. Já o candidato apoiado pelo Chega afirma que prefere se dirigir a todos os eleitores e não a um segmento específico.

Sócrates entrou na discussão quando Cotrim acusou Ventura de ter passado de inspetor tributário a consultor de milionários em estratégias para escapar aos impostos, lembrando ainda que foi chamado a testemunhar num processo de vistos gold, ligado a um amigo de Sócrates. André Ventura respondeu, negando as acusações, assegurando que nunca votou em José Sócrates e acusou também Cotrim de Figueiredo de ter feito o “jogo de Sócrates” e de ter contribuído para o despedimento da antiga jornalista da TVI, Manuela Moura Guedes.

Já na reta final do debate, Ventura afirmou ter uma “visão social”, criticando os liberais por promoverem pobreza e um “mercado selvagem”. Cotrim respondeu acusando Ventura de mentir e de hipocrisia, apontando casos de pedofilia ligados ao Chega e à proximidade de André Ventura a Viktor Orbán cujo governo enfrenta escandaloso semelhantes. Ventura defendeu-se dizendo que não recebe “chantagem de financiadores” e defende castração de pedófilos. Cotrim concluiu dizendo que Ventura não tem perfil para ser Presidente e alertou aos eleitores do Chega que voltar nele seria escolher “alguém do pior que o sistema já produziu”.

Lara Sousa