A época 2024/2025 trouxe ao basquetebol masculino da AAUTAD um novo patamar de reconhecimento. Nomeada para Equipa do Ano na Gala do Desporto, a formação estudantil vê distinguido o trabalho que tem vindo a construir, passo a passo, com dedicação, consistência e uma forte identidade coletiva.
Para o grupo, esta nomeação é mais do que um título. É um reflexo de um caminho moldado ao longo de meses, marcado pela evolução competitiva e pelo crescimento interno da equipa.
“Para nós é um orgulho termos sido nomeados. Significa que o nosso trabalho diário é valorizado e que continuamos a progredir ano após ano”, começa por destacar um dos atletas.
Ao contrário de outras histórias que se constroem a partir de episódios marcantes, aqui o percurso foi feito de pequenas peças que, juntas, criaram o impacto necessário para esta distinção.
“Não houve nenhum momento específico que nos diferenciasse. Acho que foi mesmo o nosso trabalho ao longo do ano e os resultados que fomos conseguindo”, sublinha.
Mas se há algo que verdadeiramente se destaca nesta equipa é o laço que os une. No desporto universitário, onde os plantéis se constroem com atletas de origens muito diferentes, este grupo carrega consigo uma vantagem única.
“O que nos diferencia é a nossa união e a confiança uns nos outros. Temos vários jogadores que já jogaram juntos no passado, e isso cria uma intimidade que muitas equipas universitárias não conseguem ter”
Essa ligação, combinada com a juventude do plantel, acaba por definir o estilo competitivo da equipa da AAUTAD.
“Somos praticamente uma equipa sub-23. Isso obriga-nos a trabalhar mais, a jogar sempre no limite, porque não temos a mesma experiência que algumas das equipas rivais. Mesmo assim conquistamos vitórias importantes, apesar de todas as dificuldades.”
A vida académica, quase sempre vista como obstáculo ao rendimento desportivo, aqui não tem sido um entrave. O equilíbrio tem-se conseguido com disciplina e realismo.
“Nunca sentimos a perda de atletas por causa da conciliação. Treinamos três vezes por semana à noite, e no resto do tempo conseguimos organizar-nos. Quem quer realmente fazer parte, consegue”, garante o atleta.
O estatuto de estudante-atleta surge como aliado, trazendo uma margem de gestão que ajuda a aliviar a pressão.
“Temos quatro oportunidades para passar às cadeiras, avaliação contínua, exame, recurso e época especial que facilita bastante.”
Ainda assim, há espaço para melhorias. Para evitar que tantos estudantes abandonem o desporto quando chegam ao ensino superior, o atleta defende que o caminho se faz através da flexibilidade académica.
“Ajustar prazos de entrega, permitir mudar frequências e exames quando há jogo. Estas medidas fazem toda a diferença.”
No horizonte, o basquetebol da AAUTAD procura estabilidade e ambição. Primeiro consolidar,depois sonhar.
“Os próximos passos passam por melhorar o projeto atual. Claro que é um sonho ver uma equipa de Vila Real subir de divisão, mas isso só se consegue com tempo e dedicação. Agora, queremos uma equipa mais estável e capaz de competir de forma mais equilibrada com as restantes.”
E para os estudantes da UTAD que ainda não se deixaram envolver pela modalidade, o convite fica lançado:
“Estão a perder muito. Temos bons jogadores, jogos interessantes, uma equipa carismática e jogamos em casa de duas em duas semanas. Venham apoiar-nos, apoiar a equipa e todos os que carregam o nome da UTAD através do basquetebol.”
Na Gala do Desporto, a nomeação não representa apenas a força competitiva da equipa, mas o reflexo de um grupo que cresce junto, que aprende junto e que joga sempre no limite.
Uma equipa jovem, unida e determinada, pronta para continuar a escrever o seu caminho no basquetebol universitário.
Texto: Tiago Monteiro
