Mariana Simões, medalha de bronze nos CNU Judo -70 kg, vive um momento bastante marcante no seu percurso desportivo ao ver o seu nome nomeado para a X Gala do Desporto, onde está entre as finalistas ao prémio de Atleta do Ano.
Para a jovem judoca, esta distinção chega como prova do esforço colocado em cada treino e da dedicação mantida ao longo da época.
O que significa para ti veres o teu nome entre os finalistas ao prémio de Atleta do Ano?
“Significa que consegui alcançar as minhas metas no judo.”
Apesar da nomeação, Mariana mantém um olhar ponderado sobre o impacto que esta distinção tem no panorama desportivo nacional, reconhecendo que o desporto universitário ainda tem pouca visibilidade.
O que achas que esta distinção diz sobre o teu impacto no desporto nacional?
“Infelizmente não muito, porque os campeonatos universitários não são considerados muito importantes para o desporto nacional.”
A notícia da nomeação trouxe-lhe uma onda imediata de emoção, fruto de um percurso marcado por superação.
Como reagiste quando soubeste que estavas nomeada?
“Fiquei feliz e emocionada por saber que o meu esforço e dedicação foi reconhecido.”
Ao longo da sua formação enquanto atleta, Mariana acumulou desafios que a moldaram profundamente. A operação ao joelho, a mudança de Coimbra e a distância da família foram etapas decisivas. A chegada à UTAD trouxe ainda outro obstáculo: a falta de uma secção de judo ativa, o que a obrigou a treinar praticamente sozinha para continuar a competir.
Que desafios te fizeram crescer mais como atleta?
“Houve vários desafios ao longo do meu percurso, tais como a minha operação ao joelho, a saída da minha cidade (Coimbra) e estar longe da minha família. Acho que uma coisa que me fez crescer foi aprender quando cheguei aqui que, ao não ter judo, teria de lutar sozinha se quisesse ir aos campeonatos universitários e fazer algum resultado, agora felizmente já não estou sozinha nesse caminho!”
A consistência é uma das maiores exigências do judo, e para se manter focada, Mariana constrói a sua rotina com hábitos que lhe trazem equilíbrio.
Tens algum ritual, hábito ou estratégia mental que te ajude a manter a consistência?
“Neste desporto é difícil manter a consistência, qualquer deslize pode ser o final do combate ou da prova. Gosto muito de chegar cedo ao treino (que dou aqui na UTAD) para treinar sozinha, fazer a minha própria alimentação equilibrada e ouvir música quando me sinto mais nervosa.”
A sua presença na X Gala do Desporto pode inspirar muitos atletas mais jovens, e é isso que Mariana espera alcançar com o seu exemplo.
Sentes que esta nomeação pode inspirar outros atletas mais jovens? “Espero que sim! Gostaria imenso que a secção de judo e as outras modalidades tivessem mais representantes, pois sei bem que não é fácil conciliar desporto e estudo!”
Para quem quer seguir o mesmo caminho, a judoca deixa um conselho que reflete bem a sua experiência e filosofia de vida.
Que conselho darias a quem sonha chegar ao teu nível?
“Há tempo para tudo! Com isto quero dizer que há tempo para estudar, treinar e estar com amigos e família, mesmo para quem está longe de casa.”
Texto: Francisca Silva
