Debate entre Marques Mendes e António Filipe: onde dois mundos opostos acentuam as suas divergências

Debate entre Marques Mendes e António Filipe: onde dois mundos opostos acentuam as suas divergências

O segundo debate presidencial ocorreu em 18 de novembro, entre Luís Marques Mendes, candidato apoiado pelo PSD, e António Filipe, candidato apoiado pelo PCP onde intensificaram as suas diferenças num debate marcado por críticas e acusações.

O tema que inicia o debate é o pacote laboral, no qual Marques Mendes enfatizou a importância do diálogo e de um acordo entre o governo, as entidades patronais e UGT, declara também que “não se deve dramatizar” em relação a greve geral, justificando que é um direitos dos cidadãos. Já António Filipe rejeita o documento com a existência ou não de um acordo dizendo que desfavorece os trabalhadores, acusa também o seu adversário de estar do “lado do governo” e não do lado dos trabalhadores.

A celebração da data de 25 de novembro gerou mais discordâncias onde António Filipe revelou que não estará presente manifestando-se contra esta celebração que é “contra o 25 de abril” e uma tentativa de “reescrever a história”. Marques Mendes acusou o candidato rival de ter “falta de sentido de Estado” considerando impensável a sua posição, acusando-o “candidato de facção”. Realça também o valor que esta data tem pois “evitou que Portugal que saiu de uma ditadura, caísse numa ditadura de sinal contrário”.

Marques Mendes enfatizou também a necessidade de haver mais estabilidade e tranquilidade, afirmando que usaria o seu cargo como uma “ponte” entre o governo e os partidos visando mais negociações para evitar crises políticas. O militante do PCP concordou com a necessidade de estabilidade mas doutra forma, “defendo a estabilidade na vida das pessoas” onde referiu coisas mais importantes que eleições como educação, saúde e habitação.

Quanto à economia Marques Mendes disse que Portugal precisa de um maior crescimento económico, António Filipe concordou com essa necessidade mas indicou que o país voltaria a crescer quando os setores estratégicos voltassem para as mãos portuguesas, mencionou também os perigos da privatização da TAP. Ainda sobre o tema da TAP, o candidato apoiado pelos sociais-democratas assegurou que caso não haja um investimento a TAP não irá ter capacidade de competir no mercado internacional.

Já sobre a deriva autoritária houve uma sintonia democrática onde Marques Mendes relembrou os princípios da sua candidatura “defender democracia, liberdade e justiça social” e António Filipe lembrou que o Presidente da República é “o último reduto da democracia” com a autoridade de “exercer o direito de veto” e em casos extremos “dissolver a democracia”.

Na política externa Marques Mendes reconheceu as fragilidades da Europa e o importante papel da NATO e criticou a oposição do rival afirmando que existe um “agressor e um agredido” e que é “um caso grave de violação dos direitos constitucionais”. Antonio Filipe rebateu dizendo que a guerra “poderia ter sido evitada” e lembra que condenou os desenvolvimentos em 2022.

Este debate foi apenas o segundo dos 28 debates que irão decorrer nestas eleições presidenciais mas evidenciou as divergências entre Marques Mendes e António Filipe.