Num jogo intenso e equilibrado no Estádio do Dragão, o FC Porto venceu o SC Braga por 2-1, num encontro em que os “dragões” tiveram de suar até ao apito final para manter a invencibilidade e a liderança isolada do campeonato. Rodrigo Mora, num remate de Samu desviado no médio, e Borja Sainz, já perto do fim, marcaram para os portistas, enquanto Víctor Gómez assinou o golo bracarense.
O Braga entrou melhor, mostrando personalidade e conforto na posse de bola. Várias vozes nas redes sociais destacaram a forma como a equipa de Carlos Vicens foi a única a colocar o Porto a correr atrás da bola e como não se escondeu para jogar olhos nos olhos. Durante a primeira parte, os minhotos conseguiram condicionar a saída de bola do adversário com uma pressão alta bem organizada, protagonizada por Lagerbielke, que mostrou bastante solidez defensiva, e Gorby, que pautou o jogo dos bracarenses.
Por outro lado, o FC Porto apresentou dificuldades na construção e pouca fluidez ofensiva. Num jogo com escassez de oportunidades, acabou por chegar à vantagem no último minuto da primeira parte, quando um remate de Samu desviou em Rodrigo Mora, traindo Horníček.
Na segunda parte, o Braga voltou a assumir o controlo e empatou pouco depois, através de Víctor Gómez, num lance de bola parada que apanhou a defesa portista desorganizada. O empate espelhou o que se via em campo — um Braga confiante e dominador, que teve mais bola e mostrou mais critério mesmo que lhe faltasse uma presença mais notável no último terço.
A vitória portista acabou por surgir aos 79 minutos, já contra a corrente do jogo. Gabri Veiga descobriu Borja Sainz com um passe em profundidade, e o espanhol, que entrou minutos antes, fez o 2-1 final com uma diagonal perfeita. Um golo que valeu três pontos e algum alívio, mas que não apagou as dificuldades evidentes da equipa.
Contudo, o resultado foi considerado por alguns como injusto para o Braga, face à exibição consistente e à personalidade e ao caráter que os guerreiros demonstraram no Dragão. Ainda assim, o FC Porto soube aproveitar melhor os momentos decisivos, mostrando pragmatismo e resiliência num jogo em que, mais uma vez, teve de sofrer para vencer.
O Braga, por sua vez, sai do Dragão com a sensação de crescimento coletivo. Não venceram, mas jogaram para vencer e este jogo foi mais um passo na afirmação do projeto de Vicens.
No final, ficou a imagem de um jogo de qualidade táctica, com duas equipas que procuraram vencer à sua maneira, uma pela consistência e eficácia, outra pela coragem e posse. O FC Porto mantém-se invicto e líder isolado, mas com a certeza de que o caminho continuará a exigir mais do que sorte, exigirá soluções.

O extremo espanhol entrou aos 64 minutos e foi decisivo na vitória do FC Porto frente ao SC Braga, assinando o golo que garantiu os três pontos no Estádio do Dragão. Em apenas meia hora em campo, Borja Sainz mostrou precisamente aquilo que se esperava dele: inteligência nos movimentos, frieza na definição e faro de golo.
O número 17 portista foi eleito o MVP da Liga Portugal na décima jornada, coroando uma exibição de impacto imediato. O golo, resultado de uma movimentação diagonal de fora para dentro e de uma receção orientada perfeita, espelhou a mobilidade e a capacidade de decisão que o jogador acrescenta à equipa.
Depois de uma época de destaque no Championship, segunda divisão inglesa, onde somou 18 golos e 4 assistências e foi incluído na equipa do ano, Borja Sainz volta a demonstrar o porquê da sua contratação. Não é um jogador de desequilíbrio puro no um contra um, mas oferece verticalidade, leitura e critério. Frente ao Braga, foi exemplo de eficácia: entrou, marcou e fez a diferença quando o Porto mais precisava.
Texto: Tiago Monteiro
Imagem: @FCPorto