Mais um domingo chega ao fim e com ele, mais uma corrida fica para recordar.
Desta vez, o palco foi o México, um circuito onde tudo pode acontecer. Para uns, foi um dia perfeito e para outros, um pesadelo inesperado.
Os favoritos à vitória prometiam espetáculo, mas nem todos conseguiram corresponder. Lando Norris, que partiu da pole position e ocupava o segundo lugar no campeonato, teve uma tarde quase irrepreensível. Só lhe faltou a volta mais rápida da corrida, mas dominou de princípio ao fim, cruzando a meta com uns expressivos +30,324s de vantagem sobre Charles Leclerc. Atrás de si, contudo, o caos reinava.
A partida foi, como habitual no Autódromo HermanosRodríguez, uma verdadeira batalha. Norris arrancou de forma exemplar, enquanto os dois Ferraris lutavam lado a lado e Max Verstappen tentava aproveitar qualquer brecha. Chegaram praticamente juntos à primeira curva onde, claro, não cabiam todos. Max e Leclerc acabaram pela relva, com o neerlandês a ser obrigado a devolver as posições conquistadas.
A corrida evoluiu num jogo de estratégia. A maioria dos candidatos ao pódio partiu com pneus macios, exceção feita a Verstappen, que optou pelos médios, apostando numa vantagem final ao montar os macios nas últimas voltas. A estratégia poderia ter resultado, não fosse o Virtual Safety Car (VSC) surgir a duas voltas do fim, travando o seu ímpeto quando estava a recuperar cerca de 0,7 segundos por volta sobre Leclerc.
Tudo apontava para um final emocionante Leclerc vs. Verstappen pela segunda posição, Bearman vs. Piastri pela quarta, mas o Virtual Safety Car acabou por acalmar o espetáculo que os fãs ansiavam. No fim, a vitória não trouxe surpresas: Norris confirmou o favoritismo e reforçou a sua candidatura ao título.
Destaque especial para Oliver Bearman, da Haas. O jovem britânico protagonizou a melhor corrida da sua ainda curta carreira, exibindo maturidade, consistência e sangue-frio dignos de um veterano. O quarto lugar foi um prémio justo e um sinal claro do seu enorme potencial.
Com quatro provas por disputar, duas delas em formato sprint, o campeonato entra numa fase de pura adrenalina. Lando Norris regressa à liderança com 357 pontos, apenas um à frente do companheiro de equipa Óscar Piastri, enquanto Verstappen segue a 36 pontos, ainda bem dentro da luta.
Resta saber: a pressão interna da McLaren abrirá caminho para a experiência e frieza de Verstappen, ou a dupla Norris-Piastri conseguirá manter a fiabilidade e travar o Tetra Campeão do Mundo?
Uma coisa é certa: na Fórmula 1, não importa como se começa, mas sim como se termina. E este final de temporada promete emoções fortes, exatamente o que faz deste desporto uma paixão sem igual.
Texto: Bárbara Sá
Imagens: @F1